América Latina: 10 coisa para acompanhar de perto em 2022

Sumário executivo

Mercados de energia da América Latina voltam a crescer em 2021. A recuperação econômica fez com que a demanda por eletricidade alcançasse níveis pré-pandêmicos e revivesse a atividade de energia limpa. Leilões reversos para contratos de entrega de energia foram realizados, investimentos recuperados, e novas construções eólicas e solares registram novos recordes. Mesmo tendo em vista dificuldades econômicas, 2022 promete ser um ano repleto de conquistas em quase todas as indústrias. A equipe da BloombergNEF da América Latina debate alguns dos maiores desafios a serem observados.

1. A capacidade de instalação solar e eólica é de 100GW, com a região adicionando mais de 20GW em um ano pela primeira vez.
2. A recuperação econômica desacelera, principalmente por causa da inflação e da diminuição de estímulos.
3. Energia eólica offshore estimula regulamento que deve ser visto como um marco no Brasil.
4. A capacidade de geração distribuída do Brasil duplica, com o setor que já é um sucesso a todo vapor.
5. As vendas de veículos elétricos alcançam 1% das novas vendas, um marco simbólico na adoção dos consumidores.
6. As estratégias e os projetos de hidrogênio proliferam, com o objetivo de produzir o combustível de menor emissão de carbono e mais baixo custo do mundo.
7. O investimento em energia limpa tem um ano de sucesso, liderado pelo Brasil e Chile.
8. A migração para mercados não regulamentados acelera, já que consumidores estão fugindo de preços mais elevados.
9. O armazenamento de energia volta-se para sistemas on-grid, com foco em projetos em larga-escala e sistemas conectados à rede de distribuição.
10. A Colômbia (finalmente) expande seu projeto de energias renováveis, triplicando sua capacidade solar e eólica.

1% Expectativa do alcance das vendas de veículos elétricos nas novas vendas de automóveis em 2022

9GW Previsão da adição de energia fotovoltaica em pequena escala no Brasil, 2022

99GW Capacidade acumulada de energia solar e eólica até o fim do ano

Capacidade de geração distribuída do Brasil quase duplica

• O mercado solar de pequena escala do Brasil está se preparando para um grande crescimento de longo prazo, com a sanção da lei que institui marco legal da geração distribuída. Em 2022, o setor que já é um sucesso irá crescer ainda mais, com os desenvolvedores apressados para acessar os benefícios da geração de energia limpa. A BloombergNEF espera que o Brasil instale 9GW de energia fotovoltaica de pequena escala em 2022, um ritmo que quase duplicará o tamanho do mercado. O crescimento forte, mas moderado de cerca de 6GW por ano deve continuar nos anos seguintes.
• A nova lei é altamente favorável para energia solar. As regras existentes seguem valendo até 2045 para projetos já existentes e para os que serão instalados nos próximos 12 meses, uma transição gradual até requerer que novos sistemas suportem os custos do uso da tecnologia on-grid.
• Com a lei, o setor ficará ainda mais aquecido este ano, com os instaladores apressados para aumentar a capacidade. Dados de exportação da China ressaltam o progresso: o valor do produto solar enviado para o Brasil em 2021 até novembro foi de US$ 2,5 bilhões, quase igual ao valor combinado dos três anos anteriores.
• A reforma dos regulamentos de medição líquida de carbono do Brasil está em discussão desde 2018, e a antecipação de um corte de benefícios impulsionou um crescimento sem precedentes nas instalações solares de sub-5MW em 2021. O mercado de energia solar de pequena escala do Brasil representou quase um terço da capacidade total da energia solar/eólica comissionada na América Latina em 2021.
• A exigência gradual de novos sistemas pagarem pelo uso da rede de distribuição aumentará o período de retorno dos investimentos para os consumidores. Isso retardará o crescimento do mercado a partir de 2023. No entanto, isso é mais do que compensado pelo fato de que a lei fornece a segurança jurídica necessária para o setor – para consumidores, desenvolvedores, investidores e empresas de distribuição. Esse direcionamento deve colocar o sistema de energia solar do Brasil em um caminho de crescimento mais sustentável para além do atual frenesi.

Fonte: ANEEL, Bloomberg BNEF New Law Primes Brazil’s Red-Hot Rooftop Solar Market