Americanas contrata Itaú, Santander para oferta de ações: Fontes

Por Fabiola Moura, Paula Sambo e Cristiane Lucchesi.

A Lojas Americanas, rede varejista brasileira que tem o bilionário Jorge Paulo Lemann entre seus principais acionistas, contratou os bancos JPMorgan e Banco Santander para uma oferta de ações, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

O Credit Suisse, que foi contratado pela rede neste mês para analisar opções para sua estrutura de capital, vai liderar a oferta, disseram duas das pessoas, que pediram anonimato porque a decisão ainda não é pública. O Banco Itaú BBA e o Banco do Brasil também vão participar da oferta, disseram duas das pessoas.

Ainda é cedo para discutir o tamanho da oferta ou como os recursos serão usados, disse a companhia em fevereiro. No fim do ano passado, os acionistas ampliaram o limite de ações em circulação de 1,5 bilhão para 2 bilhões.

Itaú, Santander e JPMorgan preferiram não comentar. O Banco do Brasil não respondeu a um e-mail com pedido de comentário.

Em comunicado enviado ao mercado após a reportagem da Bloomberg na terça-feira, a Lojas Americanas disse que engajou outras instituições financeiras para dar segmento à análise de operações relativas à sua estrutura de capital, que pode envolver um aumento de capital.

A Lojas Americanas deverá usar os recursos para fazer aquisições, tendo como potenciais alvos a BR Distribuidora — unidade de postos de serviços da Petrobras, ou a rede de móveis e eletrônicos Via Varejo, segundo relatório do Brasil Plural SA Banco Múltiplo de 31 de janeiro assinado pelos analistas Guilherme Assis e Felipe Cassimiro. A Lojas Americanas havia informado em outubro ter interesse na aquisição de uma fatia da BR Distribuidora.

O conselho de diretores da Lojas Americanas propôs em dezembro a ampliação do limite do capital acionário total da empresa. Segundo cálculos feitos pelo Brasil Plural citando os estatutos da empresa, a Lojas Americanas terá permissão para emitir um adicional de 580 milhões de ações, o que representa mais de 33 por cento do total atual. A Lojas Americanas poderia realizar uma emissão de até R$ 9,4 bilhões (US$ 3 bilhões), informou o relatório.

A entrada de capital também poderia ajudar a Lojas Americanas a enfrentar os prejuízos de sua unidade de varejo on-line B2W. A divisão, na qual a Lojas Americanas possui participação de 62 por cento, vem consumindo seu caixa há seis anos seguidos devido ao entusiasmo morno dos consumidores brasileiros pelas compras on-line.

“Embora não descartemos a necessidade de um aumento de capital adicional no futuro, a direção da B2W foi bastante enfática em relação à melhora da geração de caixa no quarto trimestre de 2016, o que, acreditamos, poderá ajudar a diminuir as preocupações mais imediatas dos investidores”, escreveram os analistas do Brasil Plural

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