Artigo publicado primeiro no Terminal Bloomberg.
A pressão só aumenta sobre as organizações para que gerenciem e ativem seus dados para o benefício de seus negócios. O volume global de dados capturados, replicados e consumidos anualmente dobrará de tamanho de 2022 a 2026, com os dados corporativos crescendo duas vezes mais rápido do que os dados de consumidores, de acordo com uma pesquisa da IDC.
A Bloomberg está sempre testando tecnologias emergentes e nossas equipes estão constantemente explorando novas maneiras de identificar informações instantaneamente ao utilizar os dados de forma inovadora. Após um off-site com o time, Ravi Sawhney, chefe global de automação e análise de negociação, fez uma parceria com o designer de experiência do usuário, JP Stapleton, e uma equipe de engenheiros para considerar novas formas dos clientes da Bloomberg visualizarem, interrogarem e obterem insights a partir do crescente volume de dados financeiros (por exemplo, os ticks do mercado mais do que dobraram, passando de cerca de 130 bilhões de ticks/dia em 2018 para mais de 300 bilhões de ticks/dia em 2023).
Veja como Ravi e JP descrevem o raciocínio que os levou a uma possível estratégia para este desafio.
“A inovação tem a ver com a criação do ambiente certo, onde as equipes multifuncionais têm liberdade para explorar”, disse Ravi Sawhney. “As pessoas precisam se sentir capacitadas e seguras para assumir riscos maiores do que normalmente enfrentariam. Também é importante que essas equipes deem atenção ao feedback, mesmo que isso signifique desafiar suas hipóteses iniciais. É possível que a ideia possa ser a melhor resposta para uma pergunta completamente diferente.”
“Trata-se de tentar novas soluções para nossos problemas”, disse JP Stapleton. O problema não muda, a necessidade humana fundamental de entender o mundo ao nosso redor não muda, mas o mundo ao nosso redor muda sim. Temos recursos atuais que são recentes e, portanto, ainda não são otimizados ou eficientes, o que nos leva a utilizá-los de uma maneira que não maximiza seu potencial. Mas se dermos um passo para trás e imaginarmos um futuro em que um problema específico seja resolvido por uma abordagem diferente, como se pareceria? Esse é o tipo de raciocínio que nos ajuda a acompanhar o ritmo das mudanças.”
A visualização de dados em uma ou duas dimensões (2D) é certamente eficaz, mas é difícil monitorar duas variáveis ao longo do tempo em 2D porque elas se sobrepõem no mesmo espaço. À medida que o mundo se torna mais digitalizado, a necessidade de encontrar correlações significativas entre dados de várias dimensões está quase chegando no limite do que pode ser entendido a partir de um gráfico 2D. Então, ao utilizar a biblioteca IATK (Immersive Analytics Toolkit), um projeto Unity de código aberto para criar visualizações de dados em realidade estendida, uma equipe pequena, mas especializada, conseguiu conduzir os dados tridimensionais (3D) para um espaço de trabalho 3D.
Descoberta de dados imersiva
Profissionais financeiros e traders geralmente usam vários monitores para exibir diferentes telas, gráficos, análises e feeds de notícias para acompanhar os mercados e instrumentos financeiros com os quais estão negociando e acompanhando. Eles ficam completamente imersos em seu espaço de trabalho e querem que essa interface tenha a maior largura de banda possível. Com a tecnologia de realidade estendida (XR, na sigla em inglês), todo o espaço em torno do mundo físico tem o potencial de se tornar um espaço de trabalho digital. Os profissionais financeiros podem ser cercados por gráficos, diagramas e mapas em um ambiente imersivo de XR para encontrar rapidamente o que estão procurando e identificar novos insights ao analisar os dados de forma diferente.
“Começando com a biblioteca, construímos de forma incremental”, compartilhou JP Stapleton. “Permitimos que os usuários montassem fisicamente os gráficos 3D de uma forma bastante intuitiva. Adicionamos funcionalidades, coletamos feedback dos usuários e prosseguimos com as iterações. Descobrimos que as pessoas estavam empenhadas em explorar os dados de uma forma tangível e se esqueceram da tecnologia. Assim, nós nos concentramos na manipulação de dados e continuamos experimentando nesse sentido.”
Scott Davidoff é coautor do artigo Immersive and Collaborative Data Visualization Using Virtual Reality Platforms (Visualização de dados imersiva e colaborativa utilizando plataformas de realidade virtual, em tradução livre), que explica por que a visualização eficaz de dados é “um componente essencial do caminho científico dos dados para o conhecimento e a compreensão” e explora o uso de plataformas imersivas de realidade virtual.
Explicando de forma mais aprofundada, Davidoff escreve: “A imersão fornece benefícios além das ferramentas tradicionais de visualização para computador: ela leva a uma percepção comprovadamente melhor da geometria do cenário de dados, a uma compreensão mais intuitiva dos dados e a uma melhor retenção das relações percebidas nos dados”.