Por David Biller.
Os preços ao consumidor subirão 7% no Brasil neste ano e o real continuará perdendo valor, aumentando a pressão sobre o Banco Central para retomar o arrocho monetário neste ano.
Os economistas consultados pelo BC elevaram sua projeção de inflação para 2016 pela terceira semana seguida e estimam que os aumentos nos preços ao consumidor ultrapassarão 6,5%, limite superior da faixa-meta definida pela autoridade monetária, pelo segundo ano consecutivo.
O real, que registrou a maior desvalorização entre todas as moedas importantes no ano passado, deverá perder ainda mais valor e chegar a R$ 4,25 por dólar no fim do ano e a R$ 4,3 por dólar no fim de 2017. O real subia 0,4%, para R$ 4,0338 por dólar, às 9h30 pelo horário de Brasília.
A inflação do Brasil subiu ao nível mais alto em 12 anos mesmo com a economia enfrentando sua recessão mais profunda em mais de duas décadas. Isso deixa o BC na incômoda posição de ponderar a retomada, nesta semana, de um ciclo de aumentos nos juros que poderia aprofundar a recessão.
O Comitê de Política Monetária elevará a taxa básica de juros de 14,25% para 14,75% na quarta-feira, segundo a mediana das estimativas de uma pesquisa da Bloomberg com 32 economistas.
Poder de compra
A inflação foi de 10,67% no Brasil em 2015. Isso reduziu o poder de compra dos consumidores, diminuindo a confiança a uma mínima recorde em dezembro, segundo um índice da Fundação Getúlio Vargas. Em 2017, a inflação chegará a 5,4% — acima do ponto médio da faixa-meta, de 4,5%, e também da projeção anterior dos analistas, de 5,2%.
Isso se deve em parte a uma moeda mais fraca, que aumenta o custo das importações. A pesquisa divulgada na segunda-feira marca a primeira vez desde junho que a projeção dos economistas para o câmbio em 2017 é mais fraca que a deste ano.
A maior economia da América Latina encolherá 2,99% neste ano, segundo a pesquisa.
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