Após crise, empresas da Internet retomam gastos

Por Shira Ovide.

Investimentos estão em ascensão na Amazon, Microsoft e Facebook. Há seis meses, escrevi que Google, Microsoft e Amazon – entre as maiores operadoras mundiais de tecnologias de Internet e serviços de computação em nuvem – tinham diminuído ou revertido o crescimento acelerado nos gastos com enormes parques de servidores e outros projetos de investimento. Eu não esperava que essa pausa durasse – e, na maioria dos casos, não durou mesmo.

De forma agregada, os investimentos dessas três gigantes mais Facebook aumentaram 23 por cento neste ano, após uma queda de 0,9 por cento em 2015. Apenas a controladora da Google, Alphabet, não acompanhou a retomada dos gastos de capital.

As superpotências de tecnologia não revelam exatamente como empregam seus investimentos, mas está claro que comprar e manter gigantescas redes de computação representa boa parte da conta. Custa muito manter sete serviços da web com pelo menos 1 bilhão de usuários mensais, como faz a Google, ou cuidar das redes de computador de outras empresas, como faz a Amazon Web Services.

Alphabet, Microsoft, Amazon e Facebook gastaram um total combinado de US$ 23 bilhões em 2015 em projetos de capital. De 2011 até o ano passado, as despesas de capital dessas empresas quase triplicaram.

Os investimentos se tornaram o combustível essencial na guerra das superpotências da Internet por consumidores e por empresas que alugam potência de computação. Mesmo um atraso de uma fração de segundo na exibição de um anúncio em celulares ou na execução de uma previsão de vendas no varejo é potencialmente um negócio perdido para gigantes da web. Portanto, os investimentos em redes de computação são parte importante da disputa pela superioridade tecnológica.

A Microsoft disse que planeja gastar mais em projetos de capital, especialmente para expandir seus negócios de computação em nuvem, incluindo um que compete com a Amazon. No mês passado, o diretor financeiro da Microsoft disse a analistas que o aumento de 66 por cento nos gastos de capital da empresa no primeiro trimestre se concentrou em centros de dados e servidores de computador.

No entanto, a maior das quatro grandes, Alphabet, anda avarenta desde 2015. Os gastos com capital caíram 17 por cento no primeiro trimestre em relação a um ano antes, após recuo de 10 por cento em 2015.

O corte de investimentos pela Alphabet reflete em grande parte o trabalho de Ruth Porat, a diretora financeira importada de Wall Street no ano passado. Porat essencialmente prometeu que iria colocar um limite ao crescimento das despesas em pelo menos algumas áreas. Em uma teleconferência no mês passado, Porat disse que a Alphabet ainda considerava as redes de computação sofisticadas um ativo essencial, mas que os especialistas tinham descoberto maneiras de conseguir mais dos recursos de computação existentes para “atender às necessidades de crescimento da Google de maneira eficiente em termos de custos”. Isso é música para os ouvidos dos investidores.

Adicionei Facebook ao cálculo porque a empresa entrou para a liga das grandes investidoras. Na semana passada, a companhia informou que a conta deste ano para equipamentos de data center e custos relacionados vai subir de uma previsão anterior de US$ 4 bilhões para US$ 4,5 bilhões. Isso significa que a empresa de 12 anos de idade está a caminho de gastar quase o mesmo que a Amazon, que já tem 22 anos, desembolsou em 2015.

Todos os anos, cada dólar investido em redes de computação rende um pouco mais. Entre as Big Four, todas querem ficar ainda maiores em computação em nuvem, publicidade em celular ou serviços web que consomem muitos dados, como o webvídeo ao vivo. Assim, é inevitável que as contas sejam tão descomunais quanto as ambições das superpotências da Web.

Esta coluna não reflete necessariamente a opinião da Bloomberg LP e seus proprietários.

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