Aposta otimista de Bill Gross em bonds brasileiros está compensando em outubro

Por Ben Bain.

Bill Gross está apostando que o declínio da qualidade do crédito brasileiro acabou – no curto prazo, pelo menos. Ele também está mais otimista em relação a outros mercados emergentes.

Seu fundo Janus Global Unconstrained Bond, de US$ 1,4 bilhão, é a contraparte dos contratos de swap de crédito (CDS, na sigla em inglês) mantidos pelos investidores que apostam que o risco da dívida soberana do Brasil vai aumentar. As posições de CDS, com vencimento em dezembro, março e junho, representavam três de suas cinco maiores posições em 30 de setembro, segundo dados divulgados neste mês. Apostas similares no México e na Rússia completam o top 10 do fundo.
 

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Embora tenha se mantido durante anos como apoiador da dívida do Brasil, Gross, um bilionário de 71 anos, vem acumulando apostas altistas desde o fim do segundo trimestre. Ele se une a um coro pequeno, mas crescente, de investidores que apostam que os preços dos ativos estão novamente atraentes na maior economia da América Latina depois que a turbulência política, um abrangente escândalo de corrupção e um corte na classificação de crédito levaram as ações, os bonds e a moeda a uma queda livre neste ano.

A estratégia de Gross parece estar compensando em outubro. O preço dos swaps brasileiros de seis meses teve um declínio de quase 90 pontos-base, ou 0,9 ponto porcentual, em relação aos 267 pontos-base de 28 de setembro, que foi o nível mais alto desde 2009, pelo menos, segundo a provedora de dados CMA.

O sétimo e o oitavo lugar do Unconstrained Bond Fund ficaram com as apostas de que o México não vai dar um calote antes de junho. O fundo, que Gross assumiu em outubro de 2014, um mês após deixar a Pacific Investment Management Co., perdeu 1,7% neste ano.

Erin Passan, porta-voz do Janus, que tem sede em Denver, nos EUA, preferiu não comentar as posições ou a estratégia de investimento do fundo.

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