Por Ben Bartenstein e Aline Oyamada.
Títulos de empresas brasileiras continuarão proporcionando retorno generoso em 2017, enquanto o peso mexicano tende a se recuperar da pior queda em oito anos, de acordo com entrevistas com alguns dos principais estrategistas e investidores da América Latina. Eles recomendam evitar o peso chileno. A Venezuela ainda está por trás da maior preocupação com calote.
Moedas:
* Michael Hasenstab, gestor de recursos da Franklin Templeton, favorece o peso mexicano, que está prestes a passar por uma “reversão acentuada em 2017” após sofrer “pressão extraordinária” neste ano.
* O peso mexicano é a moeda mais atraente porque está barato, porque o banco central do país está inclinado ao aperto monetário e porque a equipe escolhida pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, é menos protecionista do que se esperava, disse Enrique Diaz-Alvarez, diretor de risco da Ebury Partners. Para ele, o peso chileno tem o pior prognóstico diante da alta de juros nos EUA.
* O Banco Bilbao Vizcaya Argentaria recomenda o sol peruano e o peso colombiano no curto prazo, o real no médio prazo e o peso argentino no longo prazo. Do peso chileno e do peso mexicano, o melhor é manter distância, segundo o estrategista-chefe de câmbio para a América Latina, Alejandro Cuadrado.
Renda fixa:
* As principais apostas do JPMorgan em títulos corporativos incluem papéis da Cemex com vencimento em 2021 e 2022, Suzano com vencimento em 2021 e diversos bônus emitidos pela Petrobras, de acordo com a responsável por pesquisa de crédito corporativo para a América Latina, Natalia Corfield.
* Petrolíferas como a mexicana Offshore Drilling Holding têm o maior espaço para ganhos, enquanto o Grupo Famsa tende a ganhar porque os preços praticados no mercado parecem uma preparação para o “Armagedom”, disse o gestor de recursos da Insight Securities, Carlos Legaspy.
* Os títulos da Petrobras “ainda estão baratos”, as obrigações conversíveis contingentes do Banco do Brasil têm espaço para ganhos e os papéis da Samarco são uma aposta agressiva com “grande espaço para valorização”, já que a companhia provavelmente retomará as operações no ano que vem e renegociará seus títulos, disse Carlos Gribel, responsável por renda fixa na Andbanc Brokerage, em Miami.
* Um dos melhores desempenhos de 2017 será dos títulos da Digicel, com a melhora dos negócios; no caso dos títulos da Pemex, a diferença em relação aos papéis soberanos é grande demais e deve encolher à medida que a turbulência causada por Trump se dissipa, disse Jason Trujillo, analista de mercados emergentes da Invesco.
* Fundos globais injetaram US$ 28,1 bilhões em títulos do governo brasileiro neste ano e retiraram US$ 6,3 bilhões em termos líquidos de dívidas mexicanas, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
Ações:
* Morgan Stanley, JPMorgan e BTG Pactual estão otimistas em relação às ações chilenas, citando a alta de preços do cobre e a possibilidade de medidas favoráveis ao setor privado após a eleição presidencial no ano que vem.
* A Lerosa Investimentos, de São Paulo, prefere ações de empresas brasileiras menos expostas ao quadro político, incluindo Ambev, BB Seguridade, Minerva, BRF, BM&FBovespa, Embraer, Hypermarcas e Klabin.
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