App Kik lança moeda digital em meio a boom do bitcoin

Por Gerrit De Vynck.

O aplicativo de mensagens Kik Interactive é a empresa mais recente, e possivelmente a mais bem estabelecida, a apostar em uma nova forma de captar recursos: criar sua própria moeda digital.

A Kik, que tem sede em Waterloo, no Canadá, revelou planos de realizar uma “oferta inicial de moedas” (ICO, na sigla em inglês), um processo pelo qual vende fichas que podem ser usadas para comprar serviços em sua plataforma. A ideia é que à medida que mais e mais pessoas usem o aplicativo Kik, o valor dessas fichas, chamadas “Kin”, aumente.

O interesse na oferta de moedas é elevado graças ao aumento de preço dos bitcoins e de outras moedas virtuais. As ICOs dão a um amplo grupo de pessoas a chance de investir em uma empresa ou em qualquer outro empreendimento em seus primórdios. Embora desregulamentadas, elas são populares e os investidores gastaram cerca de US$ 330 milhões nessas fichas nos últimos 12 meses, segundo dados compilados pelo blog de moedas criptografadas The Control. No início do mês, a startup especializada em armazenamento em nuvem Storj captou quase US$ 30 milhões em cinco dias por meio de uma ICO.

A Kik, que levantou cerca de US$ 120 milhões (em dinheiro real) com investidores como a Tencent Holdings, pode servir para adicionar uma nova camada de legitimidade ao processo.

“A Kik será a maior base instalada de usuários de moedas criptografadas do mundo”, disse o CEO Ted Livingston. “A Kin, em seu primeiro dia, será a moeda criptografada mais usada do mundo.”

A decisão coincide com o momento em que a Kik finalmente revelou quantas pessoas de fato utilizam seu aplicativo regularmente a cada mês: 15 milhões. É grande a diferença em relação ao total de 300 milhões de usuários registrados que a empresa divulgou mais ou menos nessa época do ano passado.

A Kik tradicionalmente é mais popular entre os adolescentes porque, ao contrário do Messenger ou do WhatsApp, ambos aplicativos do Facebook, não é preciso ter um número de telefone para usá-lo. Mas tem sido difícil crescer nos últimos anos, porque os adolescentes passaram a ganhar smartphones mais cedo e os usuários trocam o app da Kik pelos aplicativos do Facebook quando saem do Ensino Médio.

A Kik planeja dar de presente uma certa quantidade de Kin para cada usuário. Os usuários poderão usar a nova moeda para comprar jogos, realizar streaming de vídeos ao vivo e outros produtos digitais. O objetivo da companhia é atrair novos comerciantes que vendam na plataforma, criando um efeito bola de neve no qual a Kin se torna mais valiosa e mais vendedores participam do app da Kik, o que aumentará sua popularidade.

“Nós criaremos uma economia na qual milhões e milhões de consumidores da massa ganharão em uma moeda criptografada pela primeira vez na história”, disse Livingston. “E eles vão querer gastar nessa mesma moeda criptografada.”

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