Arábia Saudita é melhor emergente para negócios, diz Citigroup

Por Arif Sharif e Stefania Bianchi.

As privatizações planejadas pela Arábia Saudita, incluindo a venda de ações da maior petroleira do mundo, representam a maior oportunidade para os bancos de investimento nos mercados emergentes, segundo o Citigroup.

A implementação do plano do reino para reestruturar sua economia — conhecido como Visão 2030 — “poderia se traduzir em um filão fantástico para os bancos de investimento”, disse Omar Iqtidar, chefe de banco de investimento do Citigroup no Oriente Médio, em entrevista em Dubai. “Estamos vendo o impulso ganhar força e os céticos acreditarem cada vez mais na reestruturação”, disse ele.

O vice-príncipe herdeiro Mohammed bin Salman está comandando uma reformulação sem precedentes da maior economia árabe em um momento em que o país busca reduzir sua dependência em relação ao petróleo após a queda dos preços, que começou em 2014. O país planeja uma oferta pública inicial da Saudi Arabian Oil que, segundo o príncipe, poderá avaliar a empresa em mais de US$ 2 trilhões.

A venda de ações da Aramco faz parte da estratégia do príncipe de criar um fundo soberano de investimento que acabará controlando mais de US$ 2 trilhões e aumentará a rentabilidade com investimentos. O país também está analisando a possível divisão de sua empresa estatal de energia Saudi Electricity em quatro companhias geradoras de energia independentes.

Assessoria ao governo

Os bancos de investimento globais estão disputando trabalhos de assessoria ao governo que vão desde empréstimos soberanos até IPOs. O JPMorgan e Michael Klein, ex-executivo de investimento do Citigroup que administra sua própria empresa, foram selecionados para assessorar o IPO da estatal Saudi Aramco, disseram em abril pessoas familiarizadas com o assunto. A bolsa de valores da Arábia Saudita, a maior do Oriente Médio e da África, contratou o HSBC Saudi Arabia como assessor financeiro para sua oferta pública inicial, programada para 2018.

No ano passado, o Citigroup conseguiu aprovação para a negociação de ações sauditas, sua primeira licença bancária desde que deixou o país, em 2004, disseram em setembro pessoas com conhecimento sobre o assunto. O banco está investindo diretamente em empresas listadas na bolsa saudita depois que o mercado foi aberto ao investimento estrangeiro direto, em junho passado.

O banco com sede em Nova York vendeu sua participação de 20 por cento no Saudi American Bank, agora conhecido como Samba Financial Group, ao Fundo de Investimento Público saudita por US$ 760 milhões em 2004, deixando uma empresa que ajudou a formar em 1955. O banco ainda conseguiu um trabalho de assessoria em alguns dos maiores negócios do país, incluindo a aquisição da unidade de plásticos da General Electric pela Saudi Basic Industries por US$ 11,6 bilhões em 2007. O banco também fez parte do empréstimo de US$ 10 bilhões à Saudi Aramco em 2015.

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