Por Ralph Cope.
A nível global e regional, os analistas estão reduzindo suas perspectivas para o crescimento do PIB em 2015. Um país contrariando essa tendência é a Argentina, que tem visto revisões positivas para cima em 2015.
Em março de 2015, análises compiladas pela Bloomberg diziam que a economia da Argentina se contrairia 1,4% este ano. Porém, o consenso mudou para crescimento de 0,7%, que está bem acima do 0,46%, contração esperada para a região da América Latina como um todo.
Mas enquanto 2015 pode ser melhor do que o esperado, é improvável que esse crescimento continue até o próximo ano.
A administração de Cristina Fernandez de Kirchner tem diminuido o ritmo de depreciação do peso, atrasando importações e impulsionando os gastos públicos. Isso ajudou a deixar as reservas de moeda estrangeira no nível mais baixo em nove anos, levando alguns investidores a se perguntar se sua saída do governo está deixando a saúde da economia para ser resolvida a longo prazo para obter ganhos políticos de curto prazo.
O próximo governo herdará uma economia em default em suas obrigações estrangeiras e um déficit orçamentário projetado para ser o maior desde 1982, de acordo com o escritório geral do auditor argentino.
Em 2016 e 2017, analistas consultados pela Bloomberg nos últimos seis meses reduziram suas expectativas para o crescimento do PIB em 2016 e 2017 em 140 e 80 pontos base, respectivamente, enquanto também elevaram suas previsões de inflação.
Um déficit em conta corrente maior do que este ano também é esperado em 2016 e 2017, embora algum alívio pode estar se aproximando. Ambos os candidatos na corrida presidencial concordaram que eles devem reduzir o imposto de exportação sobre a soja, maior exportação agrícola da Argentina.
O conselheiro econômico chefe do dirigente do partido do ex-candidato presidencial Daniel Scioli disse que os agricultores estavam acumulando mais de 22 milhões de toneladas de soja em antecipação das reduções tarifárias, o que poderia ajudar a reduzir o déficit comercial.