Funções para o mercado
TÓPICOS DE DESTAQUE
- Incerteza e a confusão sobre as tarifas de importação recém-impostas pelos EUA e ameaças de tarifas ainda mais elevadas trazem medo e volatilidade ao mercado.
- As importações da China caíram US$ 10 bilhões em fevereiro, e os dados de consumo no mês de março mostram tendência de compra de bens essenciais, e não discricionários, um sinal precoce de estresse econômico.
- Novas tarifas sobre matérias-primas e agricultura fazem crescer as preocupações com a inflação, enquanto as previsões de redução de demanda e preços do petróleo em baixa por vários anos sugerem que pressões recessivas mais amplas podem estar se acumulando.
Contexto
Os anúncios e recuos na política tarifária dos Estados Unidos vêm causando fortes oscilações nos mercados, à medida que empresas, investidores e consumidores lutam para gerenciar a incerteza. O índice S&P 500 oscilou mais de 10% em um único dia, e a volatilidade atingiu os níveis mais elevados desde o início da pandemia. Após duas semanas de caos, os investidores permanecem cautelosos.
Antes de 2 de abril, quando o presidente Donald Trump anunciou que os EUA imporiam o que ele chama de tarifas “recíprocas” de pelo menos 10% sobre todos os seus parceiros comerciais, os dados sugeriam que a economia norte-americana poderia se mostrar resiliente a flutuações e crises. A inflação vinha apresentando uma tendência de queda, com o índice de preços ao consumidor subindo 2,8% em fevereiro e se mantendo abaixo das previsões.
O problema
As tarifas representam uma ameaça para a resiliência da economia dos EUA, já que levam a rupturas nos fluxos comerciais e queda no consumo – dois indicadores fundamentais de saúde econômica. Ter acesso a dados atualizados e análises avançadas é fundamental para entender os impactos dessas medidas e enfrentar a volatilidade dos mercados. Em uma análise recente sobre a dinâmica das importações nos EUA, a ferramenta ECAN da Bloomberg, que permite aos usuários visualizar os indicadores econômicos com maior impacto nos principais dados, revelou que, em fevereiro, as importações provenientes da China recuaram aproximadamente US$ 10 bilhões em comparação com janeiro. Analisar em detalhe os padrões de negociação em constante mudança pode auxiliar na projeção de implicações econômicas mais profundas.
Além disso, os comportamentos de consumo podem mudar rapidamente, em resposta à incerteza econômica decorrente das tarifas. As despesas de consumo são fundamentais para a saúde econômica dos EUA, e os níveis de oferta e demanda do consumidor frequentemente servem como indicadores-chave da inflação. A ferramenta ECAN pode obter dados de transações com cartões de crédito e débito de milhões de consumidores em tempo real. Em março, os analytics apontaram uma queda significativa nos gastos de consumo ano a ano, com as compras concentrando-se mais em bens essenciais do que em itens discricionários.
As tarifas sobre matérias-primas e produtos agrícolas ameaçam fazer subir a inflação e provocam temores de recessão. Enquanto isso, as expectativas de consumo de petróleo este ano caíram para 320.000 barris por dia, e os preços vêm mantendo a tendência de queda por aproximadamente quatro anos.
Em nota, analistas da Energy Aspects sustentam que os preços do petróleo já começam a indicar recessão: “A questão agora é por quanto tempo ainda será possível resistir enquanto as duas maiores economias do mundo entram em confronto, o que, historicamente, não costuma ser boa notícia, nem para o consumo, nem para a economia global como um todo”.
Atualize-se
Para acompanhar em tempo real os dados tarifários da US Trade Commission por parceiro e as decisões políticas relevantes dos EUA, execute a função WSL POLITICS <GO> no Terminal Bloomberg:
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