Ativos colombianos enfrentam incertezas após choque com acordo de paz

Por Andre Soliani com o auxílio de Matthew Bristow, Ben Bartenstein e Andrea Jaramillo.

A derrota do presidente colombiano Juan Manuel Santos no referendo dessa semana é negativo para câmbio, bonds e ações no curto prazo, de acordo com investidores e estrategistas. O risco de um rebaixamento da nota de crédito soberana aumentou, acrescentam.

Os investidores deveriam continuar “às margens” em meio às incertezas sobre o apoio ao projeto de lei de reforma tributária de Santos, que estava previsto para ser apresentado ao Congresso nesse mês, disse Sean Newman, gestor sênior de portfólio para mercados emergentes na Invesco, que gerencia US$ 800 bilhões em ativos. “Essa notícia é negativa para todos os ativos colombianos”, afirmou Newman.

“O importante aqui é que isso reduz ainda mais as chances das muito necessitadas reformas fiscais”, disse Viktor Szabo, um gestor de portfólio para mercados emergentes na Aberdeen Asset Management, que gerencia cerca de US$ 10 bilhões em bonds e ações de mercados emergentes. “O risco de downgrade aumentou.”

Apesar disso, Szabo afirmou que um enfraquecimento ainda maior do peso – a pior moeda em performance nos dois primeiros pregões de outubro – pode ser uma oportunidade de compra.

Os investidores precisarão ver alguma notícia positiva para reverter o aumento no prêmio visto desde a votação, disse Shamaila Khan, gestora de portfólio na AllianceBernstein.

A probabilidade de um rebaixamento da nota BBB pela S&P e Fitch – que já tinham a Colômbia em observação negativa antes da votação – aumentou, afirmou o estrategista do BAML Ezequiel Aguirre. “Nós esperamos que a votação do referendo tenha um impacto levemente negativo nos preços dos ativos, com uma taxa de câmbio mais fraca, taxas de juros e spreads mais elevados, e preços menores das ações”, disse Aguirre em comunicado por e-mail datado de 3 de outubro.

Analistas do Citi esperam que as taxas das curvas aumentem, mas aconselhou os investidores a serem pacientes e aguardarem por mais clareza antes de reagirem à volatilidade de curto prazo. “No fim das contas, a Colômbia evitará o downgrade”, Dirk Willer, head de estratégia de renda fixa no Citi, escreveu em relatório de coautoria com Kenneth Lam e Fernando Jorge Dias.

O cenário de referência da Fitch é o de que o governo obterá aprovação do Congresso para uma reforma tributária com impactos positivos de caixa até o fim de 2016, disse o analista colombiano Erich Arispe em e-mail de 3 de outubro.

A Moody’s, que classifica a Colômbia em Baa2, afirmou que a falta de apoio para a paz foi um evento negativo para o crédito. A agência de classificação de risco, que tem uma perspectiva estável para o país, afirmou que a reforma tributária é crítica para preservar o perfil de crédito do país.

BBF_10-05_01_1

Agende uma demo.