Ativos de mercados emergentes ignoram risco político apesar da proximidade das eleições

Ralph Cope, especialista em mercados da Bloomberg, contribuiu para este artigo, que foi publicado pela primeira vez no Terminal Bloomberg.

O contexto

O ano que vem será marcado por eleições importantes em mercados emergentes. Até o final de 2018, eleitores no Brasil, México, Indonésia, Malásia, Tailândia, África do Sul, Rússia e Colômbia decidirão disputas regionais e nacionais. Juntos, esses países representam 51 por cento do Bloomberg Barclays Emerging Markets Local Currency Government Index. Sendo assim, os vitoriosos têm potencial para afetar os investidores internacionais.

A eleição presidencial no Brasil é considerada uma das mais importantes, uma vez que o País é o que tem maior peso no índice que reúne oito nações. Michel Temer — que substituiu Dilma Rousseff após o impeachment e está envolvido em escândalos, embora a economia tenha melhorado bastante desde que ele assumiu o cargo — indicou que não pretende concorrer. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o polêmico Jair Bolsonaro lideram as intenções de voto em um páreo que atrairá mais de uma dezena de candidatos.

“2018 é um deserto, um campo bem aberto onde tudo pode acontecer”, disse João Paulo Peixoto, professor de política na Universidade de Brasília.

A eleição presidencial no México também será acompanhada de perto. O presidente Enrique Peña Nieto não tentará a reeleição e Andrés Manuel López Obrador, de esquerda, tem grandes chances. López Obrador prometeu aumentar o salário mínimo e os gastos sociais para combater a pobreza.

Ele também levantou a possibilidade de reverter reformas que abriram os setores de petróleo e eletricidade à concorrência privada, causando nervosismo entre os investidores.

A questão

Apesar da encruzilhada política que esses países enfrentarão nos próximos meses, uma análise da Bloomberg indica que os preços dos ativos não contemplam totalmente os riscos políticos. A análise usa notas de risco político da GeoQuant, que junta ciência política com uma abordagem quantitativa para criar indicadores sistemáticos de risco político em todo o G-20. Seu índice emprega centenas de medidas estruturais de risco-país, incluindo dados macroeconômicos, demográficos e de segurança, além de pesquisas.

No caso do Brasil, os contratos de CDS de 5 anos estão recuando, mostrando que os investidores consideram menor a probabilidade de o País não pagar suas dívidas no período. Porém, a GeoQuant afirma que o nível de risco político está aumentando, ampliando a diferença entre o risco político e os contratos de CDS.

A análise da Bloomberg para o México encontrou tendências similares, com alta do risco político e queda do CDS.

Acompanhamento de preços

Assinantes Bloomberg podem acompanhar as cotações de CDS e sua relação com o risco político, inclusive em todos os grandes países emergentes que realizarão eleições em 2018.

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