Por Christoph Rauwald.
A Volkswagen iniciará as entregas de seus primeiros modelos independentes movidos a bateria em 2020, mais ou menos na época em que a Tesla pretende entregar 1 milhão de veículos por ano. Então por que a fabricante de automóveis alemã acredita que pode parar a pioneira americana do ramo de carros elétricos?
A Volkswagen não possui a vantagem de ser a primeira do mercado, mas pode compensar o fato com sua escala global e experiência de fabricação, afirma Herbert Diess, que dirige a marca homônima da fabricante de automóveis. A VW atualmente é a maior fabricante de automóveis do mundo, um status longamente desejado que a empresa com sede em Wolfsburg tirou da Toyota Motor no ano passado, e Diess quer buscar outra coroa tornando os veículos elétricos acessíveis para os consumidores do mercado popular, disse ele em entrevista.
“Enxergamos a Volkswagen como a empresa que pode parar a Tesla porque temos habilidades que a Tesla atualmente não tem”, disse Diess, em Frankfurt.
A Tesla virou referência para produtoras de automóveis consolidadas como Daimler, BMW e VW, que buscam uma fatia maior do mercado de automóveis elétricos. E apesar de ter chamado a atenção dos consumidores com o sedã Tesla Model S e o SUV Model X, o fundador Elon Musk não conseguiu evitar questionamentos quanto à capacidade de cumprir as ambiciosas promessas de produção para os próximos anos. Isso pode representar uma vantagem para empresas como a Volkswagen que, somando suas 12 marcas, produz em dois dias mais carros do que a Tesla vendeu em todo o ano de 2016.
Nas últimas semanas, disse Diess, a VW fechou o design final do primeiro modelo da linha elétrica I.D., um hatchback semelhante ao Golf, o mais vendido da marca. O carro, chamado Neo, será voltado ao mercado europeu, com preço similar ao da versão a diesel do Golf, e tem autonomia de 600 quilômetros com bateria cheia.
Mais modelos
Em 2023, a submarca adicionará o crossover compacto Crozz para venda mundial, inclusive na China, que é o maior mercado da VW, e também o Lounge, um SUV mais espaçoso com uma distância entre eixos mais longa do que o Crozz para atrair os consumidores americanos. Um sedã quatro portas esportivo, o Aero-e, competirá com o Tesla Model S.
As fabricantes estão desenvolvendo veículos à bateria em resposta ao aumento das restrições às emissões aplicadas pelos órgãos reguladores a suas linhas de produtos, em particular as novas regras da União Europeia estabelecidas para 2020. A fabricante de veículos sueca Volvo Car Group delineou planos nesta semana para descontinuar gradualmente os carros com motores de combustão no início da próxima década e o governo francês estabeleceu políticas ambientais que eliminam o uso de gasolina e diesel como combustíveis para veículos em 2040.
Até agora, nenhuma fabricante gerou retornos com os carros elétricos similares aos obtidos com veículos com motor de combustão devido aos gastos elevados da tecnologia de armazenamento de energia.
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