Por Greg Quinn e Erik Hertzberg.
Diante das atitudes similares na questão de gênero, é surpreendente a ampliação da distância na parcela das mulheres que participam da força de trabalho nos EUA e no Canadá.
Nos EUA, a proporção de mulheres no auge da idade ativa que trabalham fora de casa encolheu para 74 por cento no ano passado, mas avançou para 81 por cento no Canadá. As principais mudanças foram o recuo da participação das mais jovens nos EUA e o ganho entre as mais velhas no país ao norte. Nas duas nações, as mulheres têm cada vez mais anos de estudo e demoram mais para ter o primeiro filho, porém o Canadá oferece licença mais generosa aos pais quando as crianças nascem.
A tendência contrasta drasticamente com o que se observava nas décadas de 1970 e 1980, quando as americanas eram mais atuantes. Há anos, os economistas investigam o distanciamento entre esses grandes parceiros comerciais que compartilham visões parecidas que incentivam a igualdade de gêneros.
Surgiram dicas importantes sobre o que está ocorrendo na decomposição de dados por idade e grau de escolaridade, divulgados pela agência oficial Statistics Canada na quarta-feira:
* A participação no mercado de trabalho de americanas mais velhas com alguma educação superior encolheu de 81 por cento em 1997 para 76 por cento no ano passado. Já no Canadá, a parcela cresceu de 78 por cento para 85 por cento.
* Os EUA agora estão atrás do Canadá em toda grande categoria de idade e escolaridade em se tratando de participação feminina no mercado de trabalho. Em 1997, só ficavam para trás as americanas mais velhas com educação superior avançada.
* O desemprego entre as mulheres nos EUA foi maior do que no Canadá de 2008 até 2014, enquanto os dois países enfrentavam recessões.
Diante da natureza de longo prazo das tendências do mercado de trabalho, pode demorar para os EUA recuperarem a vantagem. Este estudo ainda levanta novos questionamentos sobre o futuro e o passado. Uma das perguntas é por que tão pouco do ganho para as mulheres canadenses mais velhas pode ser vinculado à escolaridade, que é uma referência tradicional.
“A faixa etária de 45 a 54 anos requer mais pesquisa”, afirmou por telefone Marie Drolet, pesquisadora da Statistics Canada que foi coautora do estudo. “Há outros fatores de influência” além da escolaridade, ela disse.
Os pesquisadores também ressaltaram que a taxa de participação em 2014 para mães com filhos pequenos era 8 pontos percentuais maior no Canadá do que nos EUA. O Canadá oferece até um ano de licença remunerada aos pais. Nos EUA, só têm direito a 12 semanas sem pagamento.
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