Avanço na colheita do milho do Brasil vai para a Ásia com desconto

Por Julio Aparecido e Ralph Cope.

As chuvas em nível melhor que o esperado no Brasil levou a produção de milho do país a atingir recordes, pressionando para baixo os preços e encorajando os principais compradores, como o Japão, a comprar mais.

A produção brasileira de milho aumentou 55% em relação à dos últimos cinco anos para atingir mais de 80 milhões de toneladas, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em comparação, a produção na Argentina avançou 19% no mesmo período, enquanto a produção nos EUA — ainda que tenha um total significativamente maior em termos absolutos — conseguiu avançar menos de 5%, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
 

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À medida que a produção brasileira cresce, os preços do milho caem mais rapidamente no Brasil, medida pela chamada base FOB — a diferença de preços entre o padrão em Chicago e o total em cada localidade específica. O milho enviado aos Estados Unidos pelo Golfo do México conta com uma base positiva de 47 centavos de dólar por bushel. Na Argentina, a base é de 29 centavos. Para o milho deixando os portos brasileiros, a base está em 15 centavos, o que permite que o Japão, o principal importador do grão, consiga comprar o milho brasileiro por 14 centavos a menos que o argentino e 32 centavos a menos que o milho dos Estados Unidos.
 

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