Por Carolina Millan e Felipe Marques.
Uma possível venda de ações do Banco Patagonia foi adiada porque o acionista majoritário, o Banco do Brasil, impediu a realização de uma reunião de acionistas da instituição argentina.
O Banco do Brasil ainda não decidiu se venderá sua participação de 59 por cento no Patagonia ou se oferecerá novas ações, de acordo com duas pessoas familiarizadas com o assunto, que pediram anonimato porque as negociações são privadas. O banco poderia manter sua participação, disse uma das pessoas. A opção menos provável é que o Banco do Brasil realize uma venda de ações e venda também sua participação.
“O Banco do Brasil não fará mais comentários além do que já foi informado aos mercados sobre o assunto”, disse um assessor de imprensa do banco em um comunicado enviado por e-mail. No dia 18 de maio, o Banco do Brasil afirmou, em comunicado ao mercado, que continuava estudando alternativas para sua estratégia no exterior.
O Banco Patagonia informou aos órgãos reguladores argentinos na quinta-feira que não haveria quórum para realizar uma reunião de acionistas no dia 21 de junho. Uma votação sobre a venda de 35,9 milhões de ações, o equivalente a 4,99 por cento do capital em circulação, estava programada para essa reunião. Só confirmaram presença acionistas que representam apenas 18,5 por cento das ações em circulação, de acordo com o documento apresentado às autoridades.
O Banco do Brasil contratou o JPMorgan Chase and Co. em 2016 para ajudá-lo a vender o Banco Patagonia. A instituição brasileira deveria receber ofertas por sua participação no Patagonia na quinta-feira. Antes do prazo final, os três ofertantes que restavam eram o Banco Macro, o Itaú Unibanco e o BBVA Banco Francés. O JPMorgan não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
O Banco Macro captou US$ 670 milhões nesta semana em uma oferta secundária de ações para investir em oportunidades de crescimento. Os acionistas do BBVA Francés aprovaram a venda de 145 milhões de novas ações em julho.
O banco brasileiro vem analisando tanto uma oferta secundária de ações quanto uma venda a outro banco, na tentativa de alcançar a rentabilidade de seus concorrentes. O Banco do Brasil tem fechado agências e incentivado os funcionários a antecipar a aposentadoria. Em dezembro, o banco defendia uma oferta pública de pelo menos parte de sua participação majoritária no Banco Patagonia para melhorar as avaliações da instituição, disse Paulo Caffarelli, o presidente do Banco do Brasil, em entrevista em São Paulo.
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