Por Stephan Kahl.
Os bancos internacionais estão considerando seriamente a transferência de pessoal para Frankfurt após o referendo do Brexit do ano passado, segundo corretores imobiliários da capital financeira da Alemanha.
“Nada de concreto aconteceu no ano passado, mas isso mudou no primeiro trimestre deste ano”, disse Carsten Ape, chefe de leasing de escritórios para a Alemanha da CBRE Group. “Os bancos agora estão avaliando seriamente locais específicos.”
A incerteza gerada pela decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia levou os bancos a estudarem a instalação de novos escritórios centrais na UE para garantir a continuidade do acesso ao bloco. O Goldman Sachs e o Citigroup estão analisando a escolha de Frankfurt como base na UE, disseram pessoas com conhecimento da situação em janeiro.
Parte do apelo de Frankfurt se deve ao fato de ser o mais barato entre os grandes centros financeiros da União Europeia para morar e trabalhar, segundo a corretora imobiliária Savills. O custo anual combinado do aluguel de um apartamento e da despesa do espaço de escritório por funcionário é de pouco menos de 30.000 euros (US$ 33.000) na cidade alemã, menos da metade do valor registrado em Paris.
“Não haverá o suficiente para todos”, disse Jürgen Schmid, que lidera o negócio de investimento em propriedades da Savills em Frankfurt. “Isso em contrapartida aumentará a demanda por escritórios em lugares menos atrativos e também o aluguel que pode ser cobrado por eles.”
Juntamente com Dublin e Madri, Frankfurt está entre as cidades europeias que disputam posição em um momento em que os bancos avaliam onde estabelecer uma base no continente. O JPMorgan está à procura de espaço de escritório em Frankfurt e Dublin, disseram pessoas com conhecimento do assunto em março, e o Standard Chartered e o Barclays também estão avaliando a capital irlandesa.
Londres poderia perder 10.000 empregos no setor bancário e 20.000 postos no ramo de serviços financeiros à medida que os clientes transferirem os ativos para fora do Reino Unido após o Brexit, segundo a think tank Bruegel. Em outras estimativas, as perdas variam de 4.000 a 232.000 empregos.
Em Frankfurt, muitos possíveis inquilinos do setor de serviços financeiros estão procurando edifícios grandes e bem desenhados em regiões nobres, disse Ape. Benjamin Remy, que é responsável pelo negócio de leasing de escritórios da Savills em Frankfurt, também viu um aumento da demanda.
“Alguns grandes bancos na verdade já reservaram alguns espaços para escritórios”, disse Stephan Braeuning, chefe de aluguel de escritórios da filial da Colliers International em Frankfurt. “Mas por enquanto nada foi assinado.”
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