Por Nicholas Comfort.
Bancos em todo o mundo fazem demissões no maior ritmo em quatro anos para reduzir custos em resposta a uma economia em desaceleração e adaptação à tecnologia digital.
Este ano, mais de 50 instituições financeiras anunciaram planos para cortar 77.780 empregos, o maior número desde as 91.448 demissões em 2015, segundo registros de empresas e sindicatos. Os bancos na Europa, que enfrentam o ônus extra de taxas de juros negativas, representam quase 82% do total.
Os cortes em 2019 elevam o total de demissões nos últimos seis anos para mais de 425.000. O número provavelmente é maior porque muitos bancos eliminam empregos sem divulgar os dados. O Morgan Stanley é a mais recente empresa a buscar eficiência no fim do ano, com o corte de cerca de 1.500 empregos, segundo pessoas a par do assunto. O presidente do banco, James Gorman, havia dito que as demissões representam cerca de 2% da força de trabalho.
Os números deste ano também destacam o fraco desempenho dos bancos europeus, reflexo da economia orientada para a exportação da região que enfrenta disputas comerciais. Além disso, as taxas de juros negativas reduzem ainda mais a receita de empréstimos. Diferentemente dos EUA, onde os programas do governo e os juros em alta ajudaram os bancos a se recuperarem rapidamente após a crise financeira, as instituições na Europa ainda tentam uma retomada. Muitos fazem demissões e vendem ativos para aumentar a rentabilidade.
O maior banco da Alemanha encabeça a lista de cortes de empregos planejados. O Deutsche Bank planeja demitir 18.000 pessoas até 2022, ao mesmo tempo em que deixa grande parte dos negócios de banco de investimento.
Os bancos devem seguir anunciando planos de demissões em 2020. A gestora de patrimônio suíça Julius Baer avalia cortes para reduzir custos devido ao aumento da concorrência e margens mais apertadas, disseram pessoas com conhecimento do assunto no início deste mês. O espanhol Banco Bilbao Biscaia Argentaria planeja fazer demissões na divisão de soluções para clientes e pode estender os cortes para outras unidades de maior peso, segundo reportagem do jornal Expansión.