Basf ampliará pesquisas com sementes da Bayer, diz próximo CEO

Por Jack Kaskey.

A Basf, maior fabricante de produtos químicos da Europa, planeja aumentar seus esforços de pesquisa e desenvolvimento ao concluir a compra de US$ 7 bilhões em ativos de sementes e pesticidas da Bayer.

Cerca de 15 por cento das vendas vêm de produtos de menos de cinco anos e a ampliação desse número será fundamental para o sucesso da Basf, disse o vice-presidente do conselho da empresa, Martin Brudermüller, que substituirá Kurt Bock como CEO em 4 de maio.

Brudermüller, 56, conservará o cargo de diretor de tecnologia juntamente com o de CEO quando assumir o comando — um indicativo da importância que a inovação terá sob sua liderança. Ele prometeu ampliar o foco da BASF em pesquisa em um momento em que as concorrentes estão reduzindo.

“Nossa máquina de inovação está funcionando muito bem, mas eu gostaria de subir duas marchas para tirar ainda mais proveito dela”, disse Brudermüller, em entrevista, em Freeport, no Texas, onde inaugurou uma fábrica de amônia construída com a empresa norueguesa Yara International.

Edição genética

A Basf em breve ingressará no ramo de sementes por meio do acordo para a aquisição de ativos agrícolas da Bayer. A venda faz parte da iniciativa da Bayer para conseguir aprovação antitruste para a compra da Monsanto por US$ 66 bilhões.

Brudermüller disse que ferramentas de edição genética como a Crispr-Cas ajudarão a Basf a desenvolver sementes projetadas para trabalhar com produtos químicos agrícolas, assim como as sementes Roundup Ready, da Monsanto, são geneticamente modificadas para suportar as aplicações do herbicida Roundup.

“Com Crispr-Cas e tudo o mais, a proteção e as sementes agrícolas clássicas estarão mais integradas no futuro”, disse Brudermüller. “Agora temos a oportunidade de obter um negócio considerável e bem posicionado em culturas importantes e em mercados importantes.”

A Basf conseguiu aprovação de autoridades antitruste europeias para a aquisição de ativos agrícolas da Bayer porque a empresa mostrou que pode ser uma concorrente forte, disse. A empresa tem 10.000 pessoas trabalhando em um programa global de pesquisa e desenvolvimento com orçamento anual de 2 bilhões de euros, disse.

Operações de sementes

A Basf está preparada para comprar as operações de sementes de canola, algodão, soja e trigo da Bayer, além das pesquisas sobre características geneticamente modificadas. A Basf comprará também os ativos de herbicidas glufosinato e três linhas de pesquisa para herbicidas da Bayer. Segundo as mudanças anunciadas na quarta-feira, a Basf comprará, em vez de licenciar, os ativos de agricultura digital da Bayer e também alguns tratamentos para sementes.

Autoridades antitruste, como o Departamento de Justiça dos EUA, parecem estar finalizando suas exigências em termos de vendas de ativos, de forma que as análises ao acordo Bayer-Monsanto podem estar sendo concluídas, disse Brudermüller.

“Acho que estamos nos aproximando do fim desse processo”, disse.

Brudermüller disse que, como CEO, continuará em busca de aquisições similares ao negócio com a Bayer, que ofereçam ativos de alto valor baseados em inovação.

Em dezembro, a Basf fechou acordo para combinar a subsidiária de petróleo e gás Wintershall com a Dea Deutsche Erdoel, empresa de energia controlada pelo bilionário russo Mikhail Fridman. A empresa combinada se chamaria Wintershall DEA. O empreendimento vai funcionar por “alguns anos” antes de executar um plano de venda de ações por meio de uma oferta pública inicial, disse Brudermüller.

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