Por Tatiana Freitas.
A Bayer espera uma recuperação no Brasil neste ano após elevados estoques de defensivos agrícolas no País terem impactado os resultados de sua unidade agrícola em 2017.
A empresa espera um melhor desempenho com o lançamento de um novo fungicida e em meio a um aumento nos lucros dos produtores, o que pode estimular as vendas de defensivos agrícolas, disse Jean Zonato, diretor de fungicidas da Bayer para a América Latina. Os estoques excessivos também estão diminuindo, disse ele.
“Temos bom potencial para ter um ano melhor, e estamos trabalhando duro para isso”, disse Zonato em entrevista nesta semana, em São Paulo.
Em julho, a Bayer reduziu suas projeções de receitas e lucros para o ano, em parte devido aos estoques inesperadamente elevados dos produtos de proteção de lavouras da empresa no Brasil. O problema foi causado pela queda no consumo de defensivos no País, de acordo com o executivo.
Os estoques em alguns segmentos já retornaram a níveis normais, enquanto os de outros produtos estão no “caminho certo” para resolver o problema, disse Zonato.
A maior aposta da empresa para a safra 2018-2019 é um novo fungicida para as culturas de soja e de algodão que estará disponível para produtores no segundo semestre. Na soja, o produto, chamado Fox Xpro, tem o principal objetivo de controlar a doença da ferrugem asiática, que tem se tornado mais resistente aos produtos químicos.
“Como o Fox Xpro é um produto inovador, esperamos ter uma demanda maior dos produtores por fungicidas na próxima safra”, disse Zonato, sem informar uma estimativa para as vendas.
O fungicida combinará três ingredientes ativos, o que melhora a chance de proteção contra a doença, segundo a Bayer.
“Quanto mais compostos são misturados em um produto, maior será a dificuldade do patógeno em lutar contra ele”, disse Andreas Mehl, pesquisador global de fungicidas da Bayer, em entrevista, em São Paulo. Contudo, os agricultores precisam seguir as orientações de manejo para ter mais chance melhor de combater a ferrugem, disse.
“Temos cerca de 40 milhões de hectares de soja na América do Sul, e os esporos não têm passaporte”, disse Mehl. “Todos os produtores precisam fazer sua parte para evitar a disseminação da doença.”
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