BC da Argentina pretende atacar ‘problema da inflação'

Por Raymond Colitt, com a colaboração de Catherine Bosley.

O banco central da Argentina está mirando a inflação e se refere à taxa de câmbio como uma proteção da economia, segundo o presidente da instituição, Federico Sturzenegger.

“O mais importante é ter um banco central focado na inflação e depois deixar a taxa de câmbio cumprir sua função de para-choque da economia”, disse Sturzenegger, em Xangai, onde participou da reunião do Grupo dos 20. “A intervenção se dá para corrigir altas e ocorrências sem relação com os fundamentos, não para sustentar uma taxa de câmbio fora de equilíbrio.”

A inflação acelerou em janeiro, com os preços ao consumidor subindo 4,1 por cento em relação ao mês anterior, segundo um índice produzido pela cidade de Buenos Aires. A inflação anual está em 29,6 por cento.

Sturzenegger, que também disse que o banco central não tem metas para os níveis do câmbio, assumiu o comando do banco central em dezembro, nomeado pelo presidente recém-eleito da Argentina, Mauricio Macri.

Em seu primeiro mês no cargo, Macri desvalorizou o peso, cancelou a maior parte das restrições ao capital e ao comércio, iniciou uma reformulação na agência de estatísticas e deu o pontapé inicial nas negociações com os credores descontentes do calote do país em 2001. Com isto, ele se diferencia da presidente anterior, Cristina Kirchner, e de seu falecido marido e antecessor, Néstor Kirchner. Durante o governo dos dois ex-presidentes, a Argentina restringiu o comércio, desafiou os detentores de sua dívida em calote e gerenciou a moeda com intervenções diárias do banco central.

A restrição da oferta de dinheiro não é uma ameaça ao crescimento do produto interno bruto, disse Sturzenegger. “Sempre se chega a um equilíbrio” em relação à oferta de dinheiro, disse ele. “Mas hoje temos um problema de inflação que estamos tentando diminuir”.

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