Notícia exclusiva por André Soliani e Mario Sergio Lima.
O Banco Central se mantém comprometido em atingir a meta de inflação em dezembro de 2016, mesmo após o IPCA ter subido mais do que o esperado em maio, disse um membro da equipe econômica com conhecimento da política monetária.
O BC continuará com o ajuste monetário até a sua própria projeção de inflação ficar em linha com a meta de 4,5% em 2016, disse a pessoa, que pediu para não ser identificada porque as discussões não são públicas. Segundo ele, as estimativas de inflação do mercado tem um peso significativo nos modelos do Banco Central.
A afirmação vem no mesmo dia em que Ata do Copom fala em “determinação e perseverança” para impedir que a inflação mais alta persista no longo prazo. A expressão não constava na ata anterior.
Economistas consultados semanalmente pelo BC preveem que a autoridade monetária não conseguirá cumprir seu objetivo e estimam que a taxa de inflação será de 8,5 por cento neste ano e 5,5 por cento no próximo.
O IPCA subiu para 8,47 por cento em maio, a taxa mais alta em mais de dez anos e acima do teto da meta pelo quinto mês consecutivo. O dado de maio foi muito ruim e acima das expectativas do BC, disse a pessoa.
Na semana passada, o BC decidiu por unanimidade elevar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual para 13,75 por cento, a taxa mais alta desde janeiro de 2009. O Brasil é o único membro do G20 aumentando os juros este ano. O BC diz na ata que o balanço de riscos para inflação é desfavorável.
“Tomando a ata pelo valor de face, apontaria para uma continuidade do ritmo de alta da Selic em 50 pontos na próxima reunião”, disse Newton Rosa, economista-chefe da Sul America Investimentos. “IPCA de ontem mostra cabalmente o esforço hercúleo que o BC tem de fazer para conseguir atingir a meta”.
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