Por Jason Rogers com a colaboração de David Stringer.
A maior mineradora do mundo afirma que o cobre e o petróleo são suas principais escolhas entre as commodities. E que embora o menor uso de combustíveis fósseis favoreça a primeira, a ameaça à segunda é menor do que muitos pensam.
Essas matérias-primas, que representam dois dos quatro pilares de investimento da BHP Billiton, juntamente com o minério de ferro e o carvão, compartilham as mesmas características a longo prazo de uma base de oferta em declínio e de forte crescimento da demanda, segundo o diretor comercial Arnoud Balhuizen.
“Tem havido pouco investimento em petróleo, especialmente nos últimos anos — do ponto de vista dos investimentos, esse é um ponto de partida saudável”, disse Balhuizen na quinta-feira em entrevista em Tóquio.
A demanda por petróleo continuará crescendo nos próximos 10 a 15 anos e apesar do fato de que parte dela será atendida pela oferta de xisto, “em algum momento, no início da próxima década, o xisto começará a se estabilizar”, disse. Segundo sua estimativa, o mundo precisará de mais 3 milhões a 5 milhões de barris de petróleo por ano no período.
A BHP busca vender suas operações de xisto nos EUA e ampliar os ativos convencionais de petróleo. A busca por novos poços offshore consumirá US$ 715 milhões do programa de exploração global de US$ 900 milhões da empresa no período de um ano até julho, segundo comunicados.
A visão de Balhuizen sobre a ameaça representada pelos veículos elétricos à demanda por petróleo é que haverá impacto depois de 2030, mas que não será um “abismo” e que “o petróleo tem um prazo maior do que muitos pensam”.
A atratividade do cobre é mais universal, disse Balhuizen, e o metal tem “uma perspectiva de demanda extremamente forte” para muitas décadas, considerando os investimentos em urbanização e infraestrutura. “A eletrificação é o motor”, devido às crescentes aplicações do cobre em energia renovável e veículos elétricos, disse. Ao mesmo tempo, a “base de oferta [do metal] está encolhendo e enfrenta desafios” em meio à ausência de novos projetos e outras limitações em torno do abastecimento de água e das políticas públicas nos países produtores.
Quanto ao minério de ferro — maior gerador de receitas da BHP — e ao carvão, ambos pertencentes à velha economia, Balhuizen disse que os preços estão acima das perspectivas de longo prazo da empresa, apoiados por reformas industriais e ambientais a favor de matérias-primas de melhor qualidade na China. O minério de ferro respondeu por cerca de 40 por cento das receitas da mineradora no ano passado e uma parcela praticamente igual de receita veio dos outros três pilares.
Em relação a outros metais usados em baterias, como o lítio e o cobalto, a visão da BHP é a de que, embora as perspectivas de demanda sejam atraentes, os mercados não possuem escala, disse Balhuizen.
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