Por Thomas Biesheuvel.
A BHP avança em seu plano para sair do segmento de carvão térmico, segundo pessoas a par do assunto. A mineradora australiana se une a outras gigantes para deixar o mercado do combustível mais poluente do mundo.
A BHP avalia opções para vender o negócio que inclui ativos na Austrália e na Colômbia, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque o plano ainda não foi divulgado. Não há garantia de que a empresa consiga concluir a venda, disseram as pessoas.
A decisão demonstra como o crescente escrutínio de investidores e reguladores sobre as mudanças climáticas está redefinindo o futuro dos setores de extração. A rival Rio Tinto já eliminou toda sua exposição ao carvão térmico, e outros produtores, como a Anglo American, cortam a produção em meio à pressão de investidores. Até mesmo a Glencore, a maior exportadora de carvão, disse que vai tentar limitar a produção.
A BHP já havia sinalizado interesse em diminuir sua presença no negócio de carvão térmico. No início do ano, o diretor financeiro da empresa, Peter Beaven, disse que a mineradora não tinha planos de expansão para a commodity.
Embora o carvão térmico represente uma fração dos lucros da BHP, alguns investidores disseram que não podiam continuar com a ação em carteira.
O fundo soberano da Noruega, com de US$ 1 trilhão em ativos, recebeu luz verde no mês passado para vender mais de US$ 13 bilhões em ações relacionadas a combustíveis fósseis, incluindo empresas que extraem mais de 20 milhões de toneladas de carvão térmico, deixando a Anglo American e a BHP fora do alvo. A Ação Climática 100+, que conta com o apoio de mais de 300 investidores que administram US$ 32 trilhões, já forçou mudanças de gigantes extrativistas como a BP e Glencore.
O Macquarie Group e o JPMorgan Chase são fortes candidatos para coordenar o processo de venda dos ativos da BHP, disseram as pessoas.
O Macquarie disse no início do ano que o negócio de carvão térmico australiano da BHP tinha um valor presente líquido de cerca de US$ 600 milhões e avaliou a mina Cerrejon, na Colômbia, em cerca de US$ 1 bilhão.