Bilionário das bebidas busca mercados fora dos EUA para crescer

Por Brendan Coffey.

Você pode não ter ouvido falar sobre o bilionário mais rico do setor de bebidas destiladas dos EUA, mas é possível que tenha provado algum de seus produtos.

William Goldring, 73, construiu seu império usando um modelo simples: adquirir marcas baratas, dar destaque a elas e depois colocá-las nas prateleiras inferiores das lojas de bebidas alcoólicas dos EUA, destinadas aos produtos mais em conta. Sua empresa de capital fechado Sazerac se transformou na segunda maior destilaria do país abocanhando marcas baratas como Barton, Mr. Boston e Fleischmann’s. É possível comprar 1,75 litro de cada uma de suas sete marcas de vodca mais populares por um total de US$ 80, mesmo preço de uma garrafa de Absolut Elyx, bebida considerada de primeiro nível.

A compra de garrafas plásticas como essas ou das mais de 300 outras marcas de Goldring por membros das fraternidades americanas foi suficiente para elevar sua fortuna pessoal a US$ 3,9 bilhões, o que o coloca entre as 500 pessoas mais ricas do mundo no Bloomberg Billionaires Index. É a primeira vez que ele aparece em um ranking internacional de riqueza.

Goldring é pouco conhecido fora de sua Nova Orleans natal, onde se move pelo circuito da filantropia e ajudou a financiar edifícios da Universidade Tulane e campos de esportes. Ele está ficando mais conhecido devido à série de aquisições que já dura um ano e que lançou a Sazerac em uma competição internacional.

“As bebidas mais baratas podem ser bastante lucrativas”, diz Jordan Simon, escritor e consultor de vinhos e destilados de Nova York. “São baratas de fazer, baratas de vender e geram um grande volume de negócios.”

A Sazerac não revela números de receita. É provável que o total tenha chegado a US$ 1 bilhão neste ano, segundo dados compilados pela Anderson Economic Group. Tanto a empresa quanto Goldring preferiram não comentar essa reportagem.

Embora a Sazerac seja dona também de marcas premium de Bourbon, como Blanton’s, Buffalo Trace e o cultuado Pappy Van Winkle, que custam US$ 500 ou mais por garrafa, a maior parte do dinheiro da empresa é obtida com a recuperação rentável de marcas pouco queridas.

O Fireball Cinnamon Whisky, por exemplo, não passava de um destilado vendido apenas no Canadá em meio à série de bebidas aromatizadas da marca Dr. Mcgillicuddy que Goldring comprou em 2000, segundo a companhia. Ele tirou o “doutor” do nome e contratou um guru das redes sociais em 2010. Agora, a bebida doce superou o Jagermeister e é a mais vendida dos EUA. As vendas aumentaram mais de 3.600 por cento desde 2010, segundo a empresa de pesquisa de mercado Euromonitor International. A marca provavelmente vendeu pelo menos US$ 150 milhões em 2015, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Agora que há pelo menos 16 uísques de canela no mercado, as vendas do Fireball estão esfriando e o bilionário está investindo em mercados fora dos EUA em busca de crescimento.

“Os destilados são um setor maduro nos EUA, embora ainda tenha algumas surpresas. Mas é um mercado júnior em muitos outros países, que oferecem uma tremenda oportunidade de crescimento”, diz Patrick L. Anderson, CEO da consultoria Anderson Economic Group, de East Lansing, Michigan.

Entre em contato conosco e assine nosso serviço Bloomberg Professional.

Agende uma demo.