Por Pablo Gonzalez e Carolina Millan.
A geradora argentina de eletricidade Genneia planeja listar ações em Nova York, segundo informação passada por um de seus acionistas majoritários, o megainvestidor Jorge Brito.
“A companhia se prepara para registro de uma IPO nos próximos 180 dias”, disse Brito, se referindo à sigla em inglês para oferta inicial de ações. O filho mais velho dele, Jorge Pablo Brito, preside o conselho de administração da empresa sediada em Olivos.
Jorge Brito
A Genneia fará a IPO para ajudar a financiar US$ 500 milhões em novos projetos, de acordo com uma pessoa com conhecimento dos planos. A companhia pode explorar aquisições antes de fazer o registro a fim de se tornar mais atraente para investidores ao apresentar Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) maior, disse a fonte, que pediu anonimato porque a informação não é pública.
Alfredo Bernardi, porta-voz da Genneia, se recusou a comentar o plano de venda de ações. Brito se recusou a dar qualquer detalhe além do momento da listagem.
O interesse internacional por ações argentinas aumentou junto com o índice Merval, em meio a reformas favoráveis ao mercado implementadas pelo presidente Mauricio Macri. Em 2016, o Grupo Supervielle, do setor financeiro, fez a primeira IPO após dois anos, vendendo papéis em Nova York e Buenos Aires. A operadora online de reserva de viagens Despegar.com completou neste mês a primeira oferta de 2017. Os três maiores bancos do país realizaram ofertas subsequentes (follow-on) nos EUA.
Donos bilionários
A Genneia tinha capacidade de geração de 357 megawatts no final de 2016 e terminará 2017 com 720 megawatts. O plano é completar projetos para permitir a geração de 1.181 megawatts até o fim de 2019. A companhia financiou parcialmente a aquisição de quatro turbinas da General Electric neste ano, por meio da venda de títulos internacionais e usou US$ 50 milhões em capital novo injetado por acionistas para adquirir uma geradora da Pluspetrol em agosto.
A Genneia é controlada pela PointState Capital, de Nova York, dona de 43,9 por cento da companhia. A Fintech Energy, do bilionário David Martinez, tem 25 por cento. Os dois Brito e Delfin Jorge Carballo têm cada um 8,33 por cento. A Prado Largo é dona de 6,1 por cento.
Martinez e Brito têm fortunas avaliadas em US$ 3,7 bilhões e US$ 1,2 bilhão, respectivamente, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index. Representantes da PointState Capital e da Fintech, de Martinez, não retornaram emails solicitando comentário para esta reportagem.
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