Por Mikael Holter,
A estatal norueguesa Equinor ASA avisa que seus ativos de exploração no Brasil podem gerar petróleo e gás suficientes para repor o dobro de sua produção anual – ou aproximadamente 1,5 bilhão de barris.
O Brasil será sua principal região produtora fora de casa. A empresa provavelmente nunca teve oportunidades de exploração tão boas quanto os cinco prospectos que devem ser perfurados até 2020, disse o vice-presidente executivo, Tim Dodson, nesta quarta-feira.
“Esta é a melhor carteira de prospectos prontos para perfuração na história da Equinor, ou pelo menos desde os primeiros dias na plataforma norueguesa”, ele afirmou durante entrevista coletiva durante a conferência ONS, em Stavanger, na Noruega. Em entrevista concedida mais tarde, ele informou que os ativos poderiam render o suficiente para cobrir dois anos de produção da Equinor, que em 2017 foi de aproximadamente 760 milhões de barris.
A Equinor tem aproveitado a piora do mercado de petróleo e as vendas de ativos pela Petrobras para fortalecer sua presença no Brasil. A companhia tem sido uma das participantes mais ativas nas últimas rodadas de licitação. A norueguesa pretende investir mais de US$ 15 bilhões no País até 2030 para aumentar a produção local de 100.000 barris diários atualmente para até 500.000.
Se a campanha de exploração der certo, o investimento pode ser ainda maior, disse Anders Opedal, responsável pela subsidiária brasileira da Equinor, durante a mesma entrevista coletiva.
Planos de exploração
A Equinor planeja perfurar cinco poços de exploração de alto impacto até 2020 nas bacias de Campos e Santos. Um deles, no bloco Uirapuru, testará uma área que pode conter até 7,8 bilhões de barris, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP). A Equinor é dona de 28 por cento da licença. Dodson virá ao Brasil no mês que vem para discutir os planos de perfuração com a Petrobras e a Exxon Mobil, suas sócias no empreendimento.
“Mal posso esperar para começar a perfuração”, ele disse. “O futuro será muito empolgante.”
A Equinor provavelmente destinará um terço do investimento anual em poços de exploração ao Brasil daqui para frente, disse Dodson. Em um cenário favorável, sob o qual as descobertas abrem espaço para poços de avaliação, a empresa pode perfurar quatro ou cinco poços no País em cada um dos próximos três ou quatro anos, acrescentou.
Guanxuma, Carcará
A Equinor já encontrou petróleo no poço Guanxuma, mas precisa realizar mais testes para compreender seu potencial, segundo Dodson. A descoberta terá reservas menores do que Carcará, que fica ali perto e deve começar a produzir em 2023 ou 2024.
O navio-sonda da companhia será usado em seguida no bloco Carcará Norte para perfurar pelo menos dois poços de avaliação, informou Dodson.
O pré-sal brasileiro pode conter 100 bilhões de barris de óleo equivalente, o dobro do que já foi descoberto até agora, de acordo com Dodson.
“É simplesmente enorme”, ele disse.
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