Bolsistas da Fundação Lemann pedem união em torno de Ciro Gomes

Por David Biller.

Um grupo de bolsistas da fundação do bilionário Jorge Paulo Lemann está fazendo um apelo para que três candidatos à Presidência da República se unam contra os dois favoritos na disputa a poucos dias do primeiro turno.

Dez bolsistas da Fundação Lemann elaboraram um abaixo-assinado publicado online pedindo que Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva(Rede) se unam para barrar os líderes das pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL), da extrema-direita, e Fernando Haddad (PT), à esquerda. Os bolsistas sugerem que a aliança seja liderada por Ciro, que tem o melhor desempenho dos três e venceria todas as simulações de segundo turno, de acordo com as sondagens de intenção de voto.

“Prezados candidatos, apelamos para o vosso patriotismo e esperamos que o histórico de serviço ao povo brasileiro que a senhora e os senhores possuem fale mais alto nesse momento”, diz o texto. “Eleitores brasileiros, não deixemos que o país sucumba ao ódio e fanatismo. Juntos podemos garantir uma terceira via para o Brasil, assine aqui o documento você também!”

A Fundação Lemann afirmou por e-mail que as opiniões expressas no abaixo-assinado não representam as da instituição nem as de todos os seus quase 500 bolsistas. Um porta-voz de Lemann, o homem mais rico do Brasil, com patrimônio líquido de US$ 24,5 bilhões, disse que ele não se pronunciará.

O documento, publicado nesta quarta-feira, tinha quase 25 mil assinaturas na manhã do dia seguinte e é o mais recente sinal de frustração de parte do eleitorado diante de um provável 2º turno entre Bolsonaro e Haddad.

Ciro se disse muito honrado com a proposta, mas que cabe a Marina e Alckmin decidirem se vão desistir de suas candidaturas, segundo declaração a jornalistas. Com 10% das intenções de voto no primeiro turno, Ciro está atrás de Haddad, de acordo com o último Ibope.

Questionado sobre possível aliança de Alckmin com Marina e Ciro no primeiro turno, Ricardo Tripoli, vice-presidente do PSDB, disse que “não há nenhuma chance, zero chance de o Geraldo desistir”. “Não vi nenhuma conversa nesse sentido. É fofoca”, afirmou.

O coordenador nacional da Rede, Pedro Ivo Batista, disse que Marina também não irá retirar a candidatura. “Marina é a única candidata que tem a proposta de unir o país”, afirmou. “Vamos até o fim confiantes nos votos dos indecisos que representam, de acordo com as pesquisas, um terço dos eleitores”.

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