Por Cristiane Lucchesi e Felipe Marques.
A BR Properties voltou a comprar.
A sexta maior empresa do setor imobiliário do Brasil por valor de mercado está de olho em escritórios comerciais de alto nível no Rio de Janeiro e em São Paulo, expandindo seu portfólio com imóveis de preços inferiores ao custo de construir um edifício novo.
“Vamos aproveitar o momento de baixa no mercado imobiliário do Brasil, capitalizar a empresa e usar o time que ela tem”, disse Antônio Bonchristiano, presidente executivo da GP Investments, empresa brasileira de private equity que assumiu o controle da BR Properties em uma oferta pública em 2016.
Bonchristiano disse que a GP investiu R$ 3 bilhões na BR Properties desde 2015, quando adquiriu uma participação de 12,2 por cento na empresa do Grupo BTG Pactual por meio de uma venda em bloco. Isso foi um mês após o presidente e acionista controlador André Esteves ter sido preso em um caso de corrupção, e o BTG estava vendendo ativos desesperadamente para fazer frente aos resgates de recursos de seus clientes. Esteves já foi liberado e sempre negou qualquer irregularidade.
A GP adquiriu o controle da BR Properties em maio de 2016 e participou neste ano de uma injeção de capital de R$ 952 milhões, mantendo sua participação de 70 por cento.
“A empresa veio de uma estratégia de desinvestimentos, vendendo carteiras de imóveis comerciais e pagando dividendos aos acionistas”, disse ele. “A partir do momento em que substituímos o BTG como acionista de referência, a estratégia mudou.”
Depois de cair quase à metade dos níveis de 2012, o valor de sua carteira de imóveis total cresceu 8 por cento em relação a 2015, para R$ 7,576 bilhões no terceiro trimestre de 2017.
Em junho, a BR Properties concordou em comprar dois edifícios em um empreendimento de São Paulo conhecido como Plaza Centenário do Previ, fundo de pensão para funcionários do Banco do Brasil, por R$ 439,6 milhões, de acordo com um comunicado ao mercado. Bonchristiano disse que a propriedade, também chamada de Robocop, será reformada.
A BR Properties completou em fevereiro uma aquisição de R$ 715 milhões do complexo Edifício Passeio Corporate no Rio, que estava completamente vazio. A taxa total de vacância financeira para a BR Properties subiu para 22,6 por cento no terceiro trimestre de 2017, contra 14,5 por cento no mesmo período do ano passado.
“Compramos a preços atraentes, mas é claro que tem desafios”, disse Bonchristiano. “Vou comprar e vou ter paciência, tem que ter uma crença.”
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