Por Vinícius Andrade e Felipe Marques.
Os analistas mal podem esperar pela divulgação dos próximos resultados do Bradesco.
O segundo maior banco da América Latina em valor de mercado deverá se beneficiar da recuperação do crédito no Brasil, destacando-se em relação ao Itaú e a outros concorrentes como o Banco do Brasil, segundo analistas.
“O Bradesco provavelmente irá liderar o setor, com um quatro trimestre sólido e projeções otimistas para 2019”, escreveram os analistas do Itaú BBA liderados por Thiago Bovolenta Batista, em relatório de 20 de janeiro. O Itaú BBA considera que o lucro líquido recorrente do Bradesco crescerá 15,8% em bases anuais e o retorno sobre o patrimônio líquido médio recorrente atingirá 19,2%, devido a maiores receitas de empréstimos e a um risco de crédito estável.
O balanço do Bradesco será divulgado em 31 de janeiro, um dia após o Santander Brasil dar início à temporada de resultados dos bancos.
Os bancos brasileiros estão se beneficiando da maior demanda por crédito, enquanto as perdas com empréstimos diminuem. Em novembro, o volume de crédito no país subiu para R$ 3,2 trilhões, enquanto a taxa de inadimplência para pessoa jurídica caiu para 3%, de acordo com os dados do Banco Central.
Uma forte queda nas despesas com provisão para devedores duvidosos também ajudará, disseram os analistas do Santander Brasil. “O Bradesco pode ser o principal destaque do trimestre, dadas as expectativas positivas de melhoria da qualidade dos ativos”, escreveram Henrique Navarro, Olavo Arthuzo e Isabella Nasuno, em relatório de 11 de janeiro.
Enquanto os bancos brasileiros devem apresentar um crescimento de dois dígitos nos lucros de 2019, os analistas do Safra Luis Azevedo e Silvio Doriaavaliam que os múltiplos do setor já refletem essa perspectiva mais promissora. O Citigroup também afirma que as ações não estão baratas, mas diz que as reformas econômicas do Brasil podem oferecer mais espaço para valorização.
“Notícias positivas sobre a liderança do Congresso e sobre reformas essenciais podem fornecer riscos favoráveis a partir de 2020 e também reduzir as taxas de desconto”, afirmaram os analistas do Citigroup Jorg Friedemann e Gabriel Nobrega, em relatório de 9 de janeiro.
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