Brasil pode se parecer com Índia se reformas avançarem, diz UBS

Por Vinícius Andrade.

O UBS tem uma visão “otimista” ou “muito otimista” para o Brasil – tudo depende do cenário que você escolher para a reforma da Previdência.

O banco suíço já começou a modelar um cenário de melhora para o Brasil, devido às mudanças econômicas esperadas da nova administração, o que poderia melhorar o ambiente de negócios no país. Isso inclui o esforço da equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro, em direção à privatização de empresas consideradas ineficientes, a potencial abertura da economia ao comércio internacional e a redução da interferência estatal nas empresas.

“Se ele puder fazer esses dois grandes projetos, as mudanças micro e a reforma previdenciária, não é improvável que o Brasil se pareça com a Índia nos próximos dez anos”, disse Jorge Mariscal, diretor de investimentos para mercados emergentes do UBS Wealth Management em Nova York. “O Brasil pode estar entrando nesse estágio”, disse ele, em entrevista por telefone.

Uma falta de progresso da reforma da Previdência ou qualquer outro atraso nos planos fiscais de Bolsonaro resultariam em um fracasso na melhora da trajetória da dívida do país e desapontaria os mercados, disse ele. Investidores têm esperado por uma reforma do sistema previdenciário por anos. Muitos players estrangeiros seguem de fora dos mercados brasileiros, especialmente do de ações, à espera de sinais de que Bolsonaro tem o capital político para avançar com essa proposta impopular no Congresso.

O UBS tem favorecido as ações brasileiras em relação ao real e aos títulos brasileiros por conta da visão de que as mudanças micro — como a venda de ativos estatais — são mais fáceis de serem implementadas. “As coisas que ele pode fazer no front da desregulamentação irão melhorar a rentabilidade de se fazer negócio no Brasil”, disse Mariscal.

Os receios globais levaram a uma saída significativa de estrangeiros das ações brasileiras nos últimos meses, disse Mariscal. Mas, apesar de um cenário internacional mais difícil, Mariscal sente que os investidores globais estão com uma visão cada vez mais construtiva acerca do país, enquanto se tornaram mais negativos em relação ao México. “Eu vejo uma mudança muito positiva na atitude da comunidade de investidores fora do Brasil em relação ao Brasil”, disse ele.

Entre os países emergentes, o UBS vê China, Coreia do Sul e Indonésia sendo negociadas a valuations atrativos.

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