Brasileiros viciados em redes sociais puxam estimativas de teles

Por Christiana Sciaudone e Matthew Winkler.

Em meio à retração da economia brasileira, executivos e especialistas em telecomunicações mostram otimismo quanto ao futuro graças ao resiliente crescimento do segmento de dados móveis no País.

Na avaliação do presidente da Tim, Rodrigo Abreu, o acesso à internet via celular passou a ser “necessidade básica” dos consumidores brasileiros. Sua maior concorrente, a Telefônica Brasil, estima que a modalidade cresça pelo menos 10% neste ano.

Analistas de telefonia também estão otimistas sobre as perspectivas das empresas, mesmo com o País caminhando para sua mais longa recessão desde os anos 1930. Preveem, em média, um potencial de alta de 22% para as ações da Telefônica Brasil nos próximos 12 meses, e um upside de 74% para a Tim, segundo dados compilados pela Bloomberg.

As operadoras estão apostando que os brasileiros viciados em WhatsApp, Facebook e séries de TV como Big Brother Brasil, continuarão a impulsionar a demanda por serviços de TV paga, telefones móveis e uso de dados.

“Claramente, há alguns segmentos que realmente ainda estão crescendo”, disse presidente da Telefônica Brasil, Amos Genish, em uma entrevista à Bloomberg em Nova York na terça-feira. “As pessoas precisam de conectividade, mesmo desempregadas.”

Enquanto as vendas da Tim tiveram o pior desempenho do segmento na América Latina no último trimestre, com queda de 8,8% na comparação com um ano atrás, as margens e o Ebitda tiveram os melhores desempenhos da região, segundo dados coletados pela Bloomberg. Já na Telefônica Brasil, o crescimento da receita foi mais de três vezes a média do pares latino-americanos, e as margens superaram seus pares globais.

Para estimular o crescimento, a Tim tenta atrair clientes da Telefônica Brasil, especialmente os pós-pagos, mais lucrativos e que tendem a ser mais fiéis. “O mercado vai se tornar mais competitivo”, disse Abreu em entrevista na terça-feira.

Independentemente da economia, os brasileiros adoram ficar on-line e em redes sociais. Neste ano, a penetração da internet deve chegar a 56% das pessoas do País, em comparação a 42% no planeta, segundo o site de estatísticas Statista. E o acesso à internet via telefones celulares tem triplicado nos últimos três anos, segundo a consultoria carioca Avellar e Duarte.

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