BTG surfa crescimento de debêntures incentivadas com novo fundo

Por Felipe Marques, Vinícius Andrade e Pablo Gonzalez.

A gestora de recursos do BTG Pactual está se juntando à leva de firmas que vêm lançando novos fundos de crédito para os investidores de varejo do Brasil.

A unidade de gestão de ativos do banco criou um fundo voltado para investidores de varejo que vai comprar debêntures isentas de impostos, já que as taxas de juros na mínima histórica têm aumentado a procura por esses instrumentos, segundo Allan Hadid, CEO interino da asset do BTG. A meta é que o fundo tenha ativos de até R$ 700 milhões até o final de 2019.

Os fundos brasileiros detinham cerca de R$ 152 bilhões em debêntures em dezembro de 2018, um crescimento de 76% se comparado à posição de dois anos antes. Além do BTG, outros grandes gestores locais, como a JGP, têm lançado novos fundos focados em títulos isentos.

Hadid conta que estava cético quando a ideia foi trazida a ele pela primeira vez, preocupando-se que não tivesse liquidez suficiente no mercado secundário para vender os títulos, se necessário.

“Está claro agora que o mercado local de títulos continuará crescendo – e com profundidade – com todas as privatizações e projetos de infraestrutura previstos para acontecer nos próximos anos”, disse ele em entrevista.

As debêntures incentivadas emitidas no ano passado totalizaram R$ 21,6 bilhões, um aumento de cinco vezes em relação a 2016, segundo dados do Ministério da Economia do Brasil. Hadid estimou que esse número pode chegar a R$ 30 bilhões este ano, ajudado pela retração dos desembolsos do BNDES.

Saltos de volume

A liquidez no mercado secundário também está em alta, com volume negociado subindo para R$ 3,4 bilhões em dezembro, de R$ 654 milhões dois anos antes. Os incentivos fiscais são geralmente concedidos a títulos vinculados a projetos de infraestrutura e empresas como Petrobras e Vale já fizeram emissões desse tipo no passado.

O fundo do BTG vai incluir apenas créditos com pelo menos rating AA-, de acordo com Eduardo Arraes, o co-head de crédito da unidade de gestão de ativos do BTG Pactual. As empresas do setor de energia provavelmente comporão a maior parte do portfólio do fundo, disse ele.

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