Câmbio é o menos atrativo para surfar rali do Brasil, diz Ibiuna

Por Vinícius Andrade e Felipe Marques.

Investidores que desejam aproveitar qualquer ganho adicional dos ativos brasileiros devem colocar o seu dinheiro no mercado de ações ou na curva de juros local, afastando-se do câmbio, na avaliação de Rodrigo Azevedo, sócio da Ibiuna Asset Management.

Ele vê a moeda brasileira com espaço limitado para apreciação em razão da perspectiva de alta da taxa de juros nos EUA, o que fortalecerá o dólar globalmente.

O Ibovespa já subiu 13% neste ano e avançou 4% desde que Jair Bolsonaro emergiu como o favorito na disputa pelo Palácio do Planalto no início de outubro. A vitória do capitão da reserva foi bem vista pelos investidores diante da expectativa de que prevaleça uma agenda reformista e de privatizações.

Para Azevedo, o gatilho para a próxima etapa do rali nos mercados é a aprovação da reforma da Previdência.

“O câmbio é o pior ativo para surfar essa onda bull Brasil”, disse em entrevista o sócio da gestora que administra R$ 6,6 bilhões em ativos e está entre as de melhor desempenho do país.

Embora o Ibovespa tenha alcançado nova máxima histórica após a eleição de Bolsonaro, o dólar permanece em torno de R$ 3,70 – uma recuperação em relação aos R$ 4,20 alcançados no início de 2018, mas longe de seus melhores dias (chegou a R$ 3,14 no início deste ano). O dólar caiu cerca de 8% no acumulado do ano e 2% desde o primeiro turno das eleições.

“Pode ir a R$ 3,50? Pode. Mas, se ele for a R$ 3,50, é porque a bolsa subiu muito mais”, disse Azevedo.
O fundo da Ibiuna de R$ 3,9 bilhões em carteira registrou retorno anualizado de 17% nos últimos cinco anos e superou 95% de seus pares. Acumula alta de cerca de 13% no último ano.

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