Capital de risco tem obsessão bilionária por startups de carros

Por Dana Hull.

Na ânsia do Vale do Silício de investir em tudo que é automotivo, o setor de venture capital colocou US$ 100 milhões em uma startup de Boston que produz uma alternativa aos amortecedores.

Esta não é uma parte particularmente interessante do setor, mas os investidores apostaram na visão da empresa ClearMotion de utilizar a tecnologia para fazer com que os carros deslizem com mais suavidade. As firmas do Vale do Silício New Enterprise Associates, World Innovation Lab, Eileses Capital e o braço de capital de risco da Qualcomm estão entre as que contribuíram com recursos. O grupo de gestão de ativos do JPMorgan liderou a rodada de financiamento e assumiu um assento no conselho de diretores da companhia.

A ClearMotion foi fundada em 2009 por estudantes do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) que buscavam desenvolver um amortecedor melhor. A peça é encontrada nas rodas de todos os carros e caminhões vendidos atualmente. A startup espera se diferenciar com um software que controla os atuadores do veículo, ajudando a identificar e reagir rapidamente às condições da rua, como lombadas e buracos, e a melhorar o sistema de suspensão dos veículos.

O CEO da companhia, Shakheel Avadhany, de 29 anos, de alguma forma consegue vender os amortecedores como se fossem um produto da Apple. “Queremos fazer com o movimento o que os fones com cancelamento de ruído fazem com o barulho”, disse ele. “Os amortecedores tradicionais jogam defensivamente contra a rua. Nós partimos para o ataque.”

A indústria automotiva está passando por uma reformulação graças a diversas tendências que ocorrem simultaneamente. Os carros estão se tornando elétricos, aprendendo a trafegar sozinhos e se transformando em computadores sobre rodas. Detroit lida também com o futuro da propriedade de automóveis em um mundo de autonomia e aplicativos de carona compartilhada.

Os investidores em tecnologia temem ficar de fora da próxima inovação. O financiamento de risco para as startups de tecnologia automotiva chegou a US$ 1 bilhão em 2016, segundo a empresa de pesquisa CB Insights. O maior acordo do ano passado foi um investimento de pelo menos US$ 200 milhões na sigilosa startup de carros autônomos Zoox. “Estamos apenas arranhando a superfície no tocante à tecnologia que vai equipar os automóveis”, disse Kittu Kolluri, diretor e investidor da ClearMotion.

A última rodada de financiamento foi a terceira da ClearMotion, mas a companhia formada por 115 pessoas ainda tem um longo caminho pela frente. Seu produto ainda não está sendo fabricado e a empresa preferiu não revelar detalhes a respeito de nenhum acordo com fornecedores.

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