Carros movidos a bambu viram realidade em mercado de US$ 15 bi

Por Debjit Chakraborty e Dhwani Pandya.

Uma refinaria de petróleo em uma região da Índia mais famosa pelas plantações de chá espera dar nova utilidade ao seu verde abundante.

A joint venture de US$ 200 milhões da Numaligarh Refinery com a firma de tecnologia finlandesa Chempolis vai esmagar bambu, a variedade mais longa da família da grama, para produzir 60 milhões de litros de etanol por ano no estado de Assam, produtor de chá. O total é suficiente para cumprir os requisitos obrigatórios de mistura com gasolina em toda a região Nordeste do país. Combinados, os oito estados localizados no sopé do Himalaia representam cerca de dois terços da produção total de bambu da Índia.

“O bambu é abundante nos estados do Nordeste. Cresce por todas as partes”, disse o diretor-gerente da refinaria estatal indiana S.K. Barua, em Nova Délhi. “Ele será um divisor de águas para nós e para o país.”

Com o crescimento recorde do consumo de petróleo na Índia, o primeiro-ministro Narendra Modi está recorrendo a alternativas como esgoto e resíduos agrícolas para misturar com diesel e gasolina. Além de acompanhar a crescente demanda do país por combustível, Modi tenta também cumprir a promessa de reduzir em 10 por cento as importações de energia do país até 2022. Como resultado, o setor de biocombustíveis deverá se transformar em um mercado de US$ 15 bilhões até 2020 com o apoio do governo.

As petroleiras indianas estão investindo em refinarias de biocombustíveis para impulsionar a produção de etanol a partir de fontes não relacionadas ao melaço, como resíduos agrícolas e até petroquímicos. Mas o uso do combustível contemporâneo está demorando para se disseminar. Apenas 2,1 por cento da gasolina está sendo misturada ao etanol e muito pouco biodiesel é misturado ao diesel. A meta deste ano é de 5 por cento de mistura para ambos.

“O bambu irá desempenhar um papel na segurança energética da Índia e promoverá o uso de combustível verde”, disse Barua. “Será o primeiro experimento, mas não é um projeto complicado.”

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