Por Craig Torres e Jennifer Jacobs.
A Casa Branca está estudando mais de meia dúzia de candidatos para ser o próximo chefe do Federal Reserve, o banco central dos EUA, incluindo economistas e empresários, com o objetivo de incluir no conselho conhecimentos e experiências que abranjam da regulamentação financeira ao setor bancário, de acordo com três pessoas familiarizadas com o assunto.
A amplitude da busca contraria o discurso predominante em Washington e Wall Street de que a nomeação do presidente do Fed é disputada por apenas duas pessoas, o diretor do Conselho Econômico Nacional, Gary Cohn, e a atual presidente do Fed, Janet Yellen, cujo mandato termina em fevereiro.
Alguns dos outros possíveis candidatos são o ex-governador do Fed Kevin Warsh, o economista da Universidade de Columbia Glenn Hubbard e o professor da universidade de Stanford John Taylor, disse uma das pessoas. Lawrence Lindsey, ex-assessor econômico do presidente George W. Bush, foi considerado. Richard Davis, ex-CEO do US Bancorp, e John Allison, ex-CEO da BB&T, também foram considerados.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse em julho que Yellen e Cohn, ex-presidente do Goldman Sachs Group, estavam sendo considerados para o mais alto cargo do Fed. Desde então, as perspectivas de Cohn obscureceram, porque ele criticou publicamente os comentários feitos pelo presidente depois dos acontecimentos violentos de alto teor racial em Charlottesville, Virginia. O Wall Street Journal informou na quarta-feira que Trump provavelmente não escolherá Cohn para o cargo, e três pessoas próximas a Trump disseram à Bloomberg que as perspectivas de Cohn para o cargo do Fed diminuíram.
Sem concentração
No entanto, três pessoas familiarizadas com o processo disseram que Trump ainda não está completamente concentrado na busca, que continua nas mãos de funcionários que ainda não estão preparados para apresentar uma lista com os finalistas. John DeStefano, principal recrutador de pessoal do presidente, é o responsável pela busca, disse uma das pessoas.
O ex-estrategista-chefe de Trump, Steve Bannon, que entrou em conflito com Cohn, mais moderado, dentro da Casa Branca antes de sua partida no mês passado, disse ao programa 60 Minutes, em uma entrevista que será transmitida no domingo, que Cohn “com certeza” deveria renunciar.
Ter líderes com credibilidade no comando do banco central é fundamental para a estabilidade do mercado financeiro. Por enquanto, os investidores estão sendo pacientes e confiam na liderança de Yellen enquanto esperam que o presidente escolha. Trump disse em julho que provavelmente não tomará uma decisão antes do final do ano.
Ele tem a chance de preencher quatro das sete cadeiras de governador do Fed. O vice-presidente Stanley Fischer disse na quarta-feira que pedirá demissão no próximo mês, um anúncio surpreendente feito nove meses antes do fim de seu mandato.
“Preencher alguns desses cargos tem sido um processo lento, o que é surpreendente porque, durante a transição, o presidente” falou muito sobre “retomar o controle” do banco central, disse Jaret Seiberg, analista de políticas em Washington para Cowen & Co. em entrevista à Bloomberg Television.
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