Cestas de ações refletem os cinco principais temas nos mercados emergentes

Texto de Gaurav Patankar e Gina Martin Adams, estrategistas de ações da Bloomberg Intelligence Inicialmente publicado no Terminal Bloomberg.

Os cinco temas ligados a ações em mercados emergentes nos quais temos grande convicção são: consumo digital, exportadores dominantes, bem-estar, fintech e o renascimento da indústria e infraestrutura.

1. Principais proxies pró-digitalização em mercados emergentes

Dada a pirâmide da população (distribuição por idade e gênero), penetração de banda larga e móvel, infraestrutura subdesenvolvida em alguns mercados emergentes e desenvolvimento orgânico do ecossistema de tecnologia, o consumo digital pode ditar qual setor de consumo de diferentes nações terá desempenho acima do esperado. Empresas como Alibaba, Tencent, JD, Pinduduo e Baidu estão estimulando o consumo e a liderança da China entre os mercados emergentes. A Yandex é destaque na Rússia e o MercadoLibre, na América Latina.

A confiabilidade pavimentou o caminho para que conglomerados domésticos construíssem plataformas digitais. Identificamos muitos destes líderes digitais em mercados emergentes, além de empresas de infraestrutura e logística que dão suporte a este consumo digital, como os principais beneficiários deste tema. A cesta de ações apresentada é uma ferramenta prática para acompanhar a eficácia deste tema.

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2. Exportadores dominantes em ações de mercados emergentes

Nossa expectativa é de que cada país nos mercados emergentes ajudará seus principais exportadores com incentivos fiscais e trabalhistas, uma vez que isto pode fortalecer suas margens e seu domínio como propulsores de exportação. Após a pandemia, a redução e reestruturação das cadeias globais de suprimentos farão dos exportadores uma prioridade para os governos, especialmente aqueles fortemente integrados, pois podem se beneficiar do desvio de fluxos da China e ter alto potencial de geração de empregos. Taiwan e Coreia do Sul darão apoio à produção de alta tecnologia, enquanto a Índia se concentrará em serviços de TI, produtos farmacêuticos e de engenharia. A Turquia pode visar a proteção dos exportadores industriais. O mesmo se aplica ao complexo de materiais no Brasil e na África do Sul, e de têxteis na Indonésia.

Nesta cesta, identificamos exportadores dominantes com potencial para expansão de margem.

3. Investimento no bem-estar do consumidor via produtos básicos e de cuidados de saúde

Em um mundo pós-coronavírus, nossa expectativa é de que o bem-estar emerja como um tema de investimento importante. O foco dos consumidores mais ricos em bem-estar e o aumento da demanda por incentivos governamentais daqueles com renda mais baixa, podem ser motores-chave. A saúde é um setor insipiente em mercados emergentes, representando apenas 3,8% do índice versus 15% do S&P 500. Enquanto a ponderação dos produtos básicos está em linha com o S&P 500, a 6,9%, as maiores empresas do setor com produção em larga escala e produtos premium podem fazer este número crescer à medida que a demanda aumenta, e fatores como confiabilidade e marca desempenham um papel importante nas decisões de consumo. Nesta cesta, oferecemos formas de acompanhar este tema, particularmente por meio de ações nos setores de produtos básicos e de saúde.

4. Como participar na evolução fintech

Nos mercados emergentes, há expectativa de que os líderes no setor fintech despontem no ecossistema tradicional de intermediação financeira. As instituições que saírem na frente nos próximos cinco anos podem superar emissões de ativos não rentáveis e estruturas de alto custo que vem se arrastando e integrar tecnologia de forma mais rápida. Considerando que cada vez mais crescimento [deve vir] de produtos para consumidores rurais e de baixa renda, agilidade, conteúdo e baixos custos para atrair e prestar serviços aos clientes serão as variáveis mais importantes.

Nesta cesta, tendemos a acompanhar as plataformas financeiras que são fintechs autônomas ou têm foco inspirado em tecnologia à frente da curva.

5. Industriais se beneficiam de gastos fiscais e descentralização

À medida que o dólar enfraquece, a maioria dos países em mercados emergentes pode ampliar sua agenda com importantes dispêndios fiscais em infraestrutura. Isto pode beneficiar os setores industriais domésticos, com China, Índia, Indonésia, Brasil e México na vanguarda. O foco estaria na melhoria da infraestrutura rural e nas áreas urbanas mais desfavorecidas. A expectativa é de que isto beneficie o setor industrial e de infraestrutura, considerando que o foco está na geração de empregos. Além disto, com taxas baixas e extrema dispersão de avaliação entre setores, é provável que ocorra mais descentralização de empresas para impulsionar a geração de valor.
Nesta cesta, incluímos beneficiários de estímulo direto, tais como a L&T, na Índia, mas também empresas com históricos do tipo “soma das partes” integradas.

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