A China pretende anunciar neste mês o primeiro lote de compras de soja dos EUA, sendo a maior parte, ou todo, destinado às reservas do Estado, segundo autoridades do governo.
A decisão final será tomada pelo Conselho de Estado ou pelo gabinete, disseram as pessoas, que preferiram não se identificar porque o assunto é confidencial. Falta decidir, por exemplo, se o volume será de 5 milhões de toneladas ou de 8 milhões de toneladas e se as empresas comerciais devem comprar mais 2 milhões de toneladas e ser reembolsadas pelas tarifas de 25 por cento, disseram as pessoas.
A decisão surge pouco mais de uma semana depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, e seu colega chinês, Xi Jinping, se comprometerem, durante a reunião do G20, na Argentina, a solucionar as tensões comerciais que perturbaram o comércio global de commodities. A retomada das compras de soja dos EUA oferecerá algum alívio aos produtores americanos, que viram as exportações ao maior consumidor do mundo despencarem e os estoques domésticos se acumularem.
Funcionários do Ministério das Finanças conduziram uma reunião na semana passada para discutir a retomada das importações dos EUA, disseram as pessoas. Ainda não está claro se as compras ocorrerão neste mês e se os carregamentos serão tributados primeiro e reembolsados depois ou se haverá um corte nas tarifas na sequência, disseram. O Ministério do Comércio da China e o Ministério das Finanças não responderam a pedidos de comentários enviados por fax.
As expectativas de grandes compras de soja americana têm pressionado os preços domésticos do farelo de soja, disse Hou Xueling, analista da Everbright Futures.
“Para as reservas estatais, o volume pode ser qualquer número”, disse Hou. “Com os compradores comerciais não é assim, já que a soja dos EUA não está atraente, ao passo que a nova safra do Brasil dá boas margens de esmagamento para as plantas.”
Os contratos de farelo de soja para entrega em maio na Bolsa de Commodities de Dalian fecharam em seu menor nível desde junho de 2017 nesta segunda-feira. Os futuros da soja negociados na Chicago Board of Trade caíram 0,5 por cento, para US$ 9,12 o bushel.
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