China estuda depreciar yuan em meio a guerra comercial: Fontes

Com a colaboração de Helen Sun, Emma Dai, Tian Chen e Kartik Goyal.

A China está avaliando o possível impacto de uma depreciação gradual do yuan, disseram pessoas a par do assunto, em um momento em que as autoridades do país avaliam opções em meio à disputa comercial com o presidente dos EUA, Donald Trump, que tem gerado nervosismo nos mercados financeiros em todo o mundo.

Autoridades importantes da China estudam uma análise do yuan preparada pelo governo com dois focos, disseram as pessoas. Uma parte analisa o efeito do uso da moeda como ferramenta nas negociações comerciais com os EUA e outra examina o que aconteceria se a China depreciasse o yuan para compensar o impacto de qualquer acordo comercial que restrinja as exportações.

A análise não é um sinal de que as autoridades realizarão uma desvalorização, o que exigiria a aprovação das principais lideranças do país, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque a informação é privada. O banco central da China não respondeu imediatamente a um pedido de comentário enviado por fax.

“Parece que Pequim está mostrando todo o leque de políticas que poderia implementar”, disse Viraj Patel, estrategista do ING Bank em Londres.

Trump atacava a China regularmente em campanha por manter uma moeda artificialmente fraca, mas o yuan registrou valorização de cerca de 9 por cento em relação ao dólar desde que ele assumiu a presidência e se manteve estável nas últimas semanas, apesar da escalada de tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo. No mês passado, a moeda chinesa atingiu o nível mais forte desde agosto de 2015.

Outros mercados foram muito mais turbulentos à medida que os EUA e a China propuseram tarifas sobre US$ 50 bilhões em bens e Trump instruiu seu governo a estudar a aplicação de taxas a mais US$ 100 bilhões em produtos chineses.

O S&P 500 Index caiu mais de 9 por cento em relação ao pico deste ano, registrado em janeiro, e o Shanghai Composite Index recuou 12 por cento devido à preocupação de que as tensões entre os EUA e a China possam se transformar em uma guerra comercial generalizada. Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA também caíram em relação aos maiores patamares deste ano porque os investidores passaram seus investimentos para ativos de refúgio.

Embora o yuan mais fraco possa ajudar o presidente Xi Jinping a reforçar os setores de exportação da China em caso de tarifas generalizadas dos EUA, uma desvalorização viria com uma série de riscos. Incentivaria Trump a levar adiante sua ameaça de classificar a China como manipuladora cambial, dificultaria a tarefa das empresas chinesas de pagar suas enormes dívidas no exterior e minaria os esforços recentes do governo para avançar rumo a um sistema cambial mais orientado ao mercado.

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