Por Isis Almeida.
A China está de volta ao mercado de soja dos EUA depois de uma pausa, e Washington e Pequim planejam mais negociações comerciais.
Na quarta-feira, a Cofco, a maior empresa de alimentos da China, estava consultando preços, de acordo com quatro traders a par do processo, que pediram para não serem identificados porque as negociações são privadas. As consultas foram para entrega em fevereiro e março, disseram três traders. Embora haja rumores no mercado de que algumas aquisições foram concluídas, a Cofco e a estatal Sinograin preferiram não comentar.
O interesse renovado chega em um momento em que as autoridades comerciais dos dois países têm um encontro marcado em Pequim na próxima semana para a primeira negociação face a face desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, e seu colega Xi Jinping concordaram em fazer uma trégua de 90 dias em sua guerra comercial no mês passado. A perspectiva de mais compras fez com que os futuros em Chicago subissem 1,3 por cento na quarta-feira.
“Foi um bom começo de 2019 para a soja”, disse Charlie Sernatinger, diretor global de futuros de grãos da ED&F Man Capital Markets em Chicago, em relatório enviado por e-mail. As posições vendidas abertas foram desfeitas devido a rumores de que a China estava voltando a comprar cargas dos EUA e à previsão de condições mais secas no Brasil.
A China fez uma última grande compra de soja antes do Natal, quando adquiriu cerca de 1,2 milhão de toneladas para entrega em 31 de agosto, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês). Isso se somou às 1,56 milhão de toneladas da semana encerrada em 13 de dezembro. A Cofco disse que fez duas compras e a Sinograin disse que comprou em lotes “para implementar o consenso alcançado pelos líderes”.
As negociações comerciais entre os EUA e a China estão “indo muito bem”, disse Trump em uma reunião de gabinete na Casa Branca na quarta-feira.
Com a paralisação do governo dos EUA, não haverá confirmação do USDA se as compras forem realizadas. Apesar da especulação, os traders disseram que ainda não há ofertas da China para outros grãos usados em forragens, como milho ou sorgo.
“Ouvimos indicações da China de que os compradores poderiam se interessar pelo milho dos EUA em janeiro, mas ainda não temos confirmações”, disse Arlan Suderman, economista-chefe de commodities da INTL FCStone em Kansas City, Missouri, nos EUA. “A oferta é ampla, mas o balanço se ajustaria rapidamente se a China voltasse a entrar no mercado com compras significativas.”
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