Por Fernando Travaglini com a colaboração de Davison Santana e Josue Leonel.
Jucá anuncia que a Previdência fica para 2018, líderes da base e o Planalto correram para dizer que nada muda e que a leitura do projeto será feita hoje na Câmara. Mas o estrago estava feito. Dólar em alta e bolsa em queda, além de uma ameaça de rebaixamento da Fitch, diz a Folha. Governo tenta hoje remendar a confusão, em reunião de Temer com os presidentes das casa e aliados. Em meio à isso, EUA tem dados e BCE se reúne, após Fed. Veja os assuntos de hoje:
Jucá joga a toalha
Quid pro quo causado por Romero Jucá ao dizer, no fim da tarde de ontem, que havia acordo para deixar a Previdência para fevereiro bateu imediatamente nos mercados e levou a uma romaria de declarações de outros líderes do governo para tentar contornar a situação. Temer, ainda no hospital, soltou notadizendo que espera a leitura para hoje do substitutivo de Arthur Maia para só então se reunir com os presidentes das duas casas e tratar da data. Meirelles também se manifestou que o objetivo ainda é votar na próxima semana e que fará avaliação nesta quinta-feira com o presidente Temer. Maia disse que Jucá pode ter entendido de forma errada
Riscos de rebaixamento
Efeitos do possível adiamento foram além dos ativos — Ibovespa foi às mínimas, dólar superou R$ 3,33 e ainda tirou as taxas longas de juros das mínimas. Segundo a coluna Painel, da Folha, a Fitch teria avisado que, nesse cenário, rebaixará a nota de crédito do Brasil. Arko vê reforma improvável no governo Temer. Sinais mostram governo longe de voto, consenso e data, diz a consultoria
Acordo vira crise
No melhor momento pós-JBS para votar a Previdência, governo viu um quase-acordo virar um crise entre as principais lideranças da base e das duas casas. As atuais divergências parecem ter começado quando o presidente do Senado, Eunício Oliveira, insistiu em votar o Orçamento ontem, praticamente dando o sinal aos parlamentares do fim do ano legislativo. O governo esperava que essa votação ficasse para a próxima semana para manter o quórum para analisar a Previdência. Segundo a Folha, Jucá teria atropelado o anúncio de adiamento que seria feito hoje por Temer, Maia e Eunício
Dados nos EUA e BCE
Agenda nos EUA tem dados de varejo e PMI, após Fed ontem manter inalterada sua projeção para altas dos juros em 2018. Yellen não está comprando o discurso do governo Trump de que o corte de impostos pode representar um grande avanço econômico. S&P futuro tem leve alta. Ações europeias operam em leve baixa antes de decisão do BC europeu. Mario Draghi participa de conferência em Frankfurt, 11:30, após encontro do BCE, 10:45 — assista emLIVE. Petróleo é negociado abaixo de US$ 57. Metais avançam em Londres. Destaque para os estoques de aço e alumínio em queda na China
BR e Oi
BR Distribuidora vende ações no piso, a R$ 15, o suficiente para confirmar expectativa de ser o maior IPO desde 2013 — arrecadou cerca de 5 bilhões. Já a Oi pode enfrentar tentativa de Tanure de anular plano. Société Mondiale Fundo de Investimento em Ações, segundo maior acionista da Oi, avalia formas de questionar na Justiça a validade do plano apresentado pelo presidente da empresa, segundo uma pessoa próxima ao fundo disse à Bloomberg
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