Por Lu Wang.
Mais um estrategista de Wall Street famoso pelo otimismo baixou suas previsões após o tombo das bolsas.
Tobias Levkovich, responsável por estratégia de renda variável do Citigroup nos EUA, cortou a estimativa para o S&P 500 no fim de 2019 de 3.100 para 2.850 pontos, alertando que apenas um entre uma dúzia de modelos de avaliação do banco sustenta a projeção anterior após o S&P 500 desabar 14 por cento no trimestre passado.
A nova previsão ainda contempla um ganho de 14 por cento neste ano, mas é inferior à estimativa média de 2.975 pontos apurada na última sondagem da Bloomberg com estrategistas.
“Um salto de quase 25 por cento no índice até dezembro agora parece agressivo demais, uma vez que nosso alvo anterior foi definido quando os mercados estavam mais elevados”, escreveu Levkovich em nota divulgada na segunda-feira. “Embora um fator de previsão ainda sugira que nosso alvo anterior de 3.100 é atingível, a maioria dos outros fatores não, e acreditamos que um alvo de 2.850 para o S&P 500 seja mais razoável.”
Levkovich aderiu ao grupo crescente de profissionais que ficaram menos otimistas. Na média, o retorno do S&P 500 em 2018 foi superestimado em quase 400 pontos. Estrategistas do Credit Suisse, Stifel Nicolaus, Sanford C. Bernstein e Wells Fargo também reduziram projeções recentemente.
A nova rodada de rebaixamentos contrasta com o cenário observado um ano atrás, quando havia uma corrida para elevar projeções enquanto as bolsas disparavam por causa dos cortes de impostos. Agora, o temor de recessão voltou com o agravamento da tensão comercial entre EUA e China e com o quarto aumento na taxa básica de juros pelo banco central americano (Federal Reserve).
O S&P 500 terminou 2018 com queda de 6,2 por cento, marcando o pior ano desde a crise financeira de 2008.
A volatilidade tende a persistir diante do aperto monetário, mas a preocupação com um colapso da economia e dos lucros é exagerada, na visão de Levkovich. O índice do banco que mede sentimento alcançou níveis de euforia antes do tombo das ações no quarto trimestre e depois migrou para pânico. A estimativa média dos analistas para o crescimento dos lucros das empresas em 2019 caiu para 8 por cento, vindo de 12 por cento três meses atrás. O cálculo do Citi é 6 por cento.
“A reconfiguração dolorosa parece estar quase completa”, escreveu Levkovich. “Nada é garantido, mas os dados sugerem que deveríamos aproveitar a fraqueza atual para comprar.”
O estrategista baixou a projeção para o Dow Jones Industrial Average em 2019 de 28.100 para 26.000 pontos. O índice terminou 2018 em 23.327.
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