Colômbia: Soberano pode drenar bancos japoneses, mercado de euro bonds de financiamento

Por Katia Porzecanski e Joe Weisenthal.

Os bancos japoneses estão interessados em emprestar a Colômbia US$ 1,5 bilhões que estava planejando levantar via emissão de títulos no exterior este ano, disse o ministro das Finanças Mauricio Cardenas em uma entrevista em 21 de janeiro.

Os bancos indicaram que eles poderiam fazer os empréstimos em cerca de um ponto percentual abaixo da taxa de rentabilidade das obrigações de referência em dólar da Colômbia, disse Cardenas em uma entrevista em Davos, na Suíça, onde ele participou de uma reunião do Fórum Econômico Mundial.

“Aqui em Davos, temos sido contactado por alguns bancos asiáticos que têm um monte de liquidez, em particular os bancos japoneses, que estão interessados em oferecer linhas de crédito para estes US$ 1,5 bilhão,” disse Cardenas. “Esta pode ser uma oportunidade para a Colômbia.”

Cardenas não disse que os bancos fizeram a oferta. O governo também está explorando a possibilidade de empréstimos nos mercados de títulos.

“Não há pressão, porque nós temos pré-financiado metade das nossas necessidades para este ano no mercado de títulos no ano passado, por isso temos tempo. Estamos procurando e explorando todas as possibilidades, incluindo o mercado do euro e inclusivamente no mercado japonês”, disse Cardenas.
 

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O governo colombiano está lutando para permanecer dentro dos limites do seu ato de equilíbrio orçamentário, já que as suas finanças foram atingidas pela queda nos preços do petróleo. Com o preço do petróleo em US$ 30 por barril, a taxa de câmbio de equilíbrio do peso parece ser de cerca de 3.300 por dólar, abaixo dos 3.000 por dólar, quando o petróleo estava a US $ 40 por barril, disse Cardenas.

“É contingente o que acontece no mercado de petróleo. Mas a maioria dos que eu ouvi aqui em Davos sugere que os preços vão permanecer baixo para o primeiro semestre deste ano, e terão alguma recuperação no final do ano”, disse.

Cardenas, que preside reuniões de política do Banco Central, disse que decisões sobre taxas de juros do banco dependerá do comportamento da inflação e as expectativas de inflação “sem estrangular a economia.”

A inflação acelerou para 6,77 por cento no ano passado, seu ritmo mais rápido em sete anos. A Colômbia levantou US$ 2 bilhões vendendo a sua participação na Isagen, o que foi motivo de protestos. Cardenas disse que o governo precisa continuar explicando sua decisão de vender.

“Precisamos convencer a população de que esta é uma decisão prática. Temos que tirar o teor ideológico e mostrar que os US$ 2 bilhões que estamos recebendo, estamos investindo em estradas. O que estamos fazendo é, basicamente, conversão de um ativo em um outro ativo. É basicamente o que vai ajudar a economia da Colômbia continuar crescendo”.

Separadamente, Cardenas disse que espera que o investimento estrangeiro flua para a Colômbia, especialmente em setores como a agricultura e o turismo, uma vez que um acordo de paz seja assinado.

“As pessoas estão à procura de oportunidades. Há um monte de diferenciação entre as economias emergentes”, disse Cardenas.

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