Com guerra comercial à espreita, Lazard aposta em emergentes

Por Aline Oyamada e Justin Villamil.

Nem mesmo a ameaça de guerra comercial abala a convicção de um gestor de fundos da Lazard, James Donald, de que as bolsas de mercados emergentes ainda têm muito fôlego para avançar. O motivo é simples: as ações estão baratas.

Embora já tenha subido quase um quarto no último ano, a razão média entre preço e lucro das componentes do MSCI Emerging Markets Index está ao redor de 13, o que representa um desconto de 20 por cento em relação a seus pares nos países desenvolvidos. Isso explica porque Donald mantém a projeção feita em dezembro, de que as ações de nações em desenvolvimento vão se valorizar de 10 a 15 por cento em 2018.

Ele não está ignorando a marcha do protecionismo, que prejudicaria os mercados emergentes se houver de fato uma guerra comercial, mas reforça: “Ainda estou otimista.”

Donald, 57 anos, evita ações de siderúrgicas, que estão mais expostas às tarifas de importação pelos EUA, e é cauteloso em relação a países com grandes superávits comerciais com os EUA e que podem ser alvo de medidas do governo Trump. A China, em particular, pode entrar na mira das autoridades.

O jornal The Washington Post publicou que o presidente Donald Trump pode apresentar um plano para impor US$ 60 bilhões em tarifas anuais contra a China.

O México talvez seja a próxima barganha ao alcance de investidores de mercados emergentes. Se sair um acerto decente para o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), a Lazard pode comprar ações que normalmente custam mais caro, por entender que os lucros podem surpreender positivamente, segundo Donald. Os ativos mexicanos têm sofrido pressão desde a eleição de Trump.

No entanto, há riscos. Um fracasso nas negociações em torno do Nafta pode ser um golpe duro nas ações mexicanas, especialmente no caso de empresas da região industrial, no norte do país. Por ora, ele aguarda sinais mais sólidos sobre a perspectiva do México.

“Estou tentando ficar à vontade com o pior cenário possível”, ele disse. “E tento compreender qual seria o melhor cenário de todos.”

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