Por Anna Shiryaevskaya.
O mercado de energia que se prepare. O custo da permissão para emissão de gás carbônico na Europa vai quase dobrar no que vem, o que aumentará a demanda por gás natural, de acordo com uma importante consultoria.
Segundo a Carbon Tracker, os esforços da União Europeia para diminuir o excedente no Sistema de Negociação de Emissões pode empurrar o preço médio das permissões para emissão de carbono para 35 euros (US$ 40) a 40 euros por tonelada entre 2019 e 2023. A cotação pode chegar a 50 euros durante os meses de inverno de 2021 e 2022.
A alta dos custos de emissão torna mais eficaz o uso de geradores de eletricidade movidos a gás natural, um combustível mais limpo que requer somente metade das permissões necessárias para queimar carvão. Assim, o preço do gás, que é negociado atualmente no maior nível para esta época do ano desde 2013, pode atingir novos picos sazonais.
A cotação se multiplicou por quatro desde maio de 2017 e alcançou os maiores patamares em uma década, embalada por regulamentos que entrarão em vigor na União Europeia no ano que vem, diminuindo um excedente que deprimia os preços. No entanto, a perspectiva de escassez de permissões no bloco eleva os preços de energia em toda a Europa, o que, por sua vez, pode incentivar pressões políticas para limitar as emissões de gás carbônico.
“Por mais que a perspectiva para os preços das Permissões de Emissão Europeias nos pareça otimista, é importante lembrar que o Sistema de Negociação de Emissões da UE é, em última instância, uma construção política”, disse Mark Lewis, chefe de pesquisa da Carbon Tracker.
“Se os preços superarem 50 euros por tonelada durante mais de dois meses em qualquer momento dentro dos próximos dois a três anos, isso provavelmente causaria pressão por medidas compensatórias, especialmente no Leste Europeu.”
A Carbon Tracker revisou a previsão para os preços divulgada em abril, que era de 20 euros a 30 euros. O contrato futuro de referência para emissões de carbono mais que dobrou neste ano, superando os ganhos de 9 por cento do petróleo e de 2,5 por cento do índice de commodities S&P GSCI.
Lewis estima que a reserva de estabilidade do mercado causará déficit aproximado de 1,4 bilhão de toneladas nos setores de energia e aviação nos próximos cinco anos. Quando esse mercado começou a funcionar, em 2005, as licenças eram distribuídas gratuitamente. Desde 2013, companhias de eletricidade precisam comprá-las.
“O mercado agora está em contagem regressiva para o maior aperto de oferta já visto no Sistema de Negociação de Emissões da UE”, ele disse.
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