Como calcular o valor justo para futuros de crédito

Este artigo foi escrito por David Mullen, gerente de produto de analytics de renda fixa, e Fateen Sharaby, gerente de negócios de produtos vinculados a índices na Bloomberg.

Futuros de crédito, que começaram a ser negociados na Chicago Board Options Exchange em 2018, na Eurex em 2021 e na Chicago Board of Trade do CME Group em 2024, estão se tornando uma ferramenta avançada para investidores que buscam exposição diversificada a títulos privados. Esses contratos padronizados de índices de renda fixa atraíram vários participantes em busca de liquidez, transparência e facilidade de negociação, sem as complexidades de outros produtos de crédito.

No background, está um cenário em transformação no mercado de negociação de crédito. O aumento do volume de títulos negociados eletronicamente, combinado com avanços tecnológicos na execução, precificação de títulos e análises de valor relativo, possibilita que os preços de referência possam ser atualizados com maior frequência. E, considerando a tendência contínua em direção à gestão passiva, os desafios persistentes de liquidez no mercado de títulos à vista e o aumento do spread entre títulos à vista e swaps de default de crédito durante momentos de estresse no mercado, os futuros de crédito podem oferecer aos investidores um veículo alternativo para gerenciar o risco de seus portfólios. (Cash-CDS basis [spread entre títulos à vista e CDSs] é a diferença entre os spreads de títulos e os de CDSs, contratos derivativos usados para especular sobre a capacidade dos tomadores de empréstimos de quitar suas dívidas.)

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Os futuros de crédito permitem que gestores de ativos e outros usuários aumentem ou reduzam a exposição ao retorno total dos mercados de crédito. Além disso, os contratos com hedge de duração — que combinam a exposição ao índice de crédito com posições vendidas correspondentes em futuros de Tesouro dos EUA — permitem que os usuários garantam retornos excessivos em relação aos benchmarks dos Tesouros. Isso permite que os usuários se beneficiem das mudanças nos spreads de crédito sem alterar a alocação de ativos subjacente em seu portfólio. Essa precisão reduz o erro de rastreamento, garantindo que o desempenho de um portfólio reflita de perto seu benchmark estratégico — o que é fundamental para gestores passivos que buscam simular os retornos do índice. Além disso, os futuros de crédito oferecem vantagens operacionais, incluindo custos de transação mais baixos, ausência de acordos ISDA, liquidez centralizada e compensação de margens com produtos altamente correlacionados, como os futuros do Tesouro. Esses fatores tornam os futuros de crédito uma opção atrativa para investidores institucionais que buscam gerenciar grandes portfólios com o mínimo de interrupção em sua estratégia geral.

A chave para a adoção desses produtos são as ferramentas analíticas para descoberta de preços pré-negociação, gestão de riscos e valor relativo. Entre as métricas mais importantes para os futuros de crédito está o valor justo — o preço teórico do futuro igual ao nível do índice subjacente mais o seu CoC (cost of carry).

Use a função Monitor de Valor Justo (FAIR) para calcular o valor justo de futuros de crédito selecionados, permitindo compará-los com outros produtos de crédito em tempo real. Para isso, insira o ticker do contrato futuro e execute a função FAIR <GO>. Os tickers dos futuros disponíveis são exibidos na tabela abaixo.

Para o contrato futuro do Índice Bloomberg US Corporate Investment Grade, negociado na CBOT, por exemplo, execute IQBA <Index> FAIR <GO>. Na função FAIR, é possível alternar entre os índices disponíveis usando o menu suspenso no canto superior esquerdo da tela.

O Monitor de Valor Justo (FAIR) para futuros de crédito é dividido em quatro seções.

Na parte superior, a seção do índice fornece dados sobre o índice subjacente: rendimento, spread ajustado por opções e duração. Quando disponível, também exibe o índice Bloomberg Tradable Tracker correspondente, que é composto por uma amostra dos membros mais líquidos do benchmark subjacente. Conforme o índice de benchmark é precificado diariamente, os Tradable Trackers são projetados para acompanhar de perto o índice durante o dia. Assim, FAIR mostra quanto o Tradable Tracker mudou desde a última precificação do índice na coluna Var 1D %. Ao inserir esse valor — ou sua própria expectativa para a mudança do dia — no campo em âmbar Var 1D % para o próprio índice, é possível calcular um valor patrimonial líquido intradiário (iNAV) para o benchmark. Para mais informações sobre Tradable Trackers, digite https://bburl/pDLf8 no seu navegador.

A próxima seção exibe até quatro contratos futuros para possibilitar o acompanhamento do desempenho intraday e a avaliação do valor justo analisando o prêmio ou desconto (%) em relação ao índice. Quaisquer alterações feitas no iNAV do índice serão refletidas nos cálculos aqui e abaixo.

A seção de calculadora permite realizar cálculos personalizados de valor justo para avaliar a valorização ou desvalorização do contrato, simulando o custo de uma operação. Os preços médios e as taxas de financiamento previstas de cada contrato podem ser editadas para atualizar o spread justo.

A seção inferior mostra um ou mais fundos negociados em bolsa (ETFs) que acompanham o índice subjacente ou um benchmark similar. As principais medidas de risco incluem o iNAV, o prêmio/desconto, o rendimento, o G-spread e a duração. Para comparação, o último preço, o iNAV e o prêmio/desconto do ETF são atualizados em tempo real. Observação: para redefinir os valores, clique no botão “Atualizar” na parte superior da tela.

Por que determinar o valor justo é importante para ­investidores institucionais e gestores de ativos?

Determinar se os contratos futuros estão sendo negociados a um preço elevado ou baixo em relação ao índice é fundamental ao decidir comprar ou vender os contratos. Considere um gestor de ativos que precisa ajustar estrategicamente seus portfólios de crédito. Em mercados voláteis, ele pode optar por usar instrumentos vinculados a índices em vez de comprar títulos à vista. Os futuros de crédito podem oferecer uma alternativa atrativa para os índices CDX ou ETFs, e os gestores de crédito precisam entender as diferenças de composição, estrutura, risco e precificação desses instrumentos. O valor justo é uma métrica adicional que pode ser usada ao avaliar qual instrumento utilizar.

Além disso, os contratos futuros de crédito representam um veículo bastante interessante para proteger portfólios de crédito. Um investidor interessado em fazer o hedge de um portfólio de ­títulos privados poderia fazê-lo de forma econômica vendendo a descoberto um futuro de crédito sem o ônus de liquidar o portfólio de títulos subjacentes.

Por último, traders podem identificar e capturar oportunidades de arbitragem por meio do trading de valor relativo dos futuros de crédito. Os méritos do uso de um produto “beta” vinculado a um índice em detrimento de outro são impulsionados pela dinâmica do mercado, incluindo liquidez, rastreamento e custos. A interconexão entre produtos como futuros, ETFs, CDX e swaps de retorno total, e seus índices subjacentes, levou os investidores a identificar oportunidades de negociação de valor relativo. Por exemplo, as diferenças na volatilidade do mercado entre CDX e ETFs, ou os diferenciais de financiamento entre swaps de retorno total e futuros, ou ainda a base entre os spreads de crédito de títulos à vista e CDX, podem oferecer oportunidades de arbitragem e potencial de lucro. Identificar discrepâncias de preços entre o valor justo e o preço de mercado permite que traders executem estratégias de arbitragem, garantindo que o preço dos futuros não se desvie significativamente de seu valor justo.

Com a evolução do mercado de crédito, o papel dos contratos futuros de crédito deverá crescer. Compreender e calcular o valor justo dos futuros garante que os gestores de portfólio e outros possam tomar decisões bem informadas ao usá-los.

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