Quais são as novidades em matéria de transformação digital dos bancos? Como a IA está influenciando a forma com a qual os bancos operam agora e como ela pode redefinir o setor no futuro?
No Fórum de Líderes do Sell-Side da Bloomberg 2025, em Londres, Ron van Kemenade, COO do Lloyds Banking Group, conversou com Nate Lanxon, da Bloomberg Originals. Eles discutiram como o Lloyds está abordando a IA generativa, reestruturando seu modelo operacional e capacitando líderes em uma era de mudança tecnológica exponencial.
Destaques
Principais insights do painel de discussão:
Sobre a adoção de IA no setor bancário
Ron van Kemenade: Acho que chegamos a um ponto em que todos mudaram de opinião. Não existe ninguém que eu conheça que diga: “Não vamos investir em IA generativa ou IA agêntica por causa disso ou aquilo”. Acho que todos estão se esforçando para identificar os casos de uso. Curiosamente, muitos dos casos de uso já propostos para IA generativa são, na verdade, resolvidos por uma simples automação robótica de processos; as pessoas estão despertando para a ideia de que devem automatizar os processos, o que não tem nada a ver com IA generativa.
No Lloyd’s Bank… temos 30 casos de uso em produção, portanto, [além de] uma prova de conceito ou um piloto, e antes do fim do ano, teremos algo entre 60 e 100… [Incluem] a preparação de relatórios para os gerentes de relacionamento, a criação de documentos de crédito ou a geração de documentos de crédito a partir de informações básicas fornecidas pelos clientes. [Além disso,] no departamento de engenharia, [mostrando] como lidar com os desafios de codificação… *
Sobre sistemas bancários antigos e IA
RvK: Tenho trabalhado com tecnologia e bancos há tempo demais para acreditar em “soluções mágicas” que resolverão os problemas que temos há 20 anos. Ainda são necessários muito trabalho, muito suor e muita paciência. Mas vi bons exemplos em que a IA generativa realmente ajudou. Por exemplo, um dos maiores problemas com códigos legados é que,dificilmente há pessoas que compreendam totalmente todos aqueles milhões de linhas: o que elas fazem de fato? [A IA generativa ajuda a] fazer a engenharia reversa da sua base de código, questionando: como é a funcionalidade de fato? Qual é o suposto processo subjacente? E documenta isso para que outras pessoas possam começar a lidar com esse legado e o traduzam em aplicativos modernos.
Capacitando-se para a revolução da IA
RvK: Isso se refere à prontidão das pessoas para passar pela transformação da IA. Definitivamente, não se trata apenas de aspectos tecnológicos. Trata-se de todas as pessoas que trabalham para uma instituição financeira e qualquer outro setor. Todos os membros da nossa equipe de liderança sênior, ou seja, os 300 gerentes mais importantes do banco, voltaram a estudar, neste caso, na Universidade de Cambridge. Criamos um programa de IA dedicado para retreinar e dar às pessoas as habilidades básicas sobre o que é a IA e, em particular, a IA generativa.
*As citações foram editadas para concisão e clareza.
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