Esta é uma análise de Shaheen Contractor, especialista em ESG da Bloomberg Intelligence. Ela foi exibida primeiro no Terminal Bloomberg.
Com o lançamento de novos fundos, o surgimento de novas empresas no mercado e o aumento na divergência de estratégias, comparar as características de ETFs com critérios ESG se tornará uma etapa difícil, porém necessária, das análises de fundos. Por exemplo, descobrimos que, sem o uso de estimativas, a comparação da intensidade de carbono entre diferentes fundos pode acabar distorcida. O nosso BI ESG ETF Exposure Scorecard ajuda a medir e comparar características de fundos utilizando algumas métricas amplamente disponíveis.
As divergências aumentam à medida que as ofertas se multiplicam
Cada vez mais ativos baseados em valores e ESG estão surgindo, e as ofertas de fundos têm visto um número crescente de novos players e estratégias. Por mais que isso continue fomentando um mercado em expansão, os desafios analíticos acabam se tornando mais proeminentes. Acreditamos que compreender as diferenças entre as estratégias de cada fundo se torna necessário para fins de análise e seleção. Com uma concorrência maior, o fator singularidade também se tornará fundamental, e as divergências estratégicas continuarão aumentando.
Nosso rastreador de fluxos fornece a amplitude de estratégias adotadas em investimentos sustentáveis e baseados em valores, que vão desde exclusões éticas à integração de critérios de ESG e estratégias de nicho, como gênero. Nosso ESG ETF Scorecard compara fundos que adotam critérios de ESG, que também observam grandes divergências no nível de inclusão.
Rastreador de fluxos baseados em ESG e em valores
Desafios em comparações de exposição a critérios ESG
Devido à diversidade de estratégias dos fundos de ESG, comparar exposições ainda é um desafio. Nossos sistema de pontuação classifica os fundos com base em métricas ESG, que abrangem tanto divulgação quanto desempenho. Embora as métricas escolhidas não sirvam para fornecer uma visão completa de fatores que possam estar incluídos, elas representam alguns dos critérios mais comparáveis e amplamente disponíveis para análises de fundos. Tendo em conta as várias definições de ESG, vários outros campos podem ser considerados. Todavia, a quantidade de dados permanece um desafio, e a baixa abrangência pode resultar em distorções no ranking, semelhante à nossa análise de intensidade de carbono. Por causa disso, selecionamos métricas com uma abrangência média de 70 -80% para fundos de diferentes regiões. No caso dos fundos de mercados emergentes, esse valor costuma ser menor que 50%. Como os dados de ESG são para ações, os fundos com uma grande alocação para classes de ativos como dívida governamental, moedas e futuros tendem a receber classificações inferiores.
Ranking de exposição BI ESG ETF
Estimativas de carbono necessárias para a análise holística de fundos
Com as questões climáticas em foco contínuo, compreender a intensidade de carbono dos fundos continuará sendo fundamental, e acreditamos que será necessário integrar as estimativas para garantir a comparabilidade. Isso se deve a lacunas nos relatórios de emissão de CO₂, que levam a uma baixa abrangência, especialmente no caso de pequenas empresas negociadas em bolsa ou em mercados emergentes. Uma vez que as emissões de setores como o de serviços públicos são muito maiores, a falta de transparência, mesmo que por parte de um número pequeno de empresas, pode resultar em distorções nos dados de intensidade de carbono. O ETF iShares MSCI EM ESG Enhanced UCITS, por exemplo, possui uma intensidade de CO₂ menor que o Fidelity Sustainable Research Enhanced Emerging Markets Equity UCITS. Entretanto, após preencher as lacunas com as estimativas de carbono da Bloomberg, sua intensidade ultrapassa a do fundo Fidelity.
As estimativas de carbono históricas da Bloomberg abrangem mais de 50.000 empresas globalmente.